Usuários enfrentam fila extensa no HU
Em busca de remarcação de consultas, centenas de pessoas vão à unidade por agendamento, mas vagas não foram suficientes
Centenas de usuários da unidade do Hospital Universitário (HU), no Bairro Dom Bosco, tiveram que enfrentar uma extensa e demorada fila para marcar o retorno de consultas. Há informações de espera de mais de cinco horas, discussões entre pacientes e funcionários e de pessoas reclamando de cansaço e dores pelo longo tempo em que tiveram que ficar em pé. O problema ocorreu, de acordo com um paciente ouvido pela Tribuna, porque a remarcação, que antes era feita automaticamente no setor responsável por esse serviço, após as consultas, não teria sido feita em junho. Quem precisou do atendimento no mês passado diz ter ouvido que não seria possível marcar o retorno naquele momento, porque as agendas dos médicos não estavam disponíveis. Por isso, os pacientes deveriam voltar a partir desta segunda-feira (17).
Por nota, o HU confirmou o problema. De acordo com a assessoria, o agendamento de consultas e demais procedimentos para o segundo semestre de 2017 poderia ser feito a partir do dia 17 e não somente nessa data. Informou ainda que, “nos protocolos de retornos, que foram entregues aos usuários, também havia a informação da marcação a partir do dia 17 de julho”. Uma usuária, que preferiu não se identificar, justifica a grande aglomeração de pessoas num só dia: “O que aconteceu é que todo mundo resolveu vir no dia 17. Porque se você vem no dia 18 corre o risco de não conseguir marcar, tendo em vista que quem chega primeiro marca primeiro. Então, foi um tumulto.”
Segundo essa mesma usuária, a situação se complicou quando, “no meio da fila gigantesca, passou uma funcionária dizendo que não havia mais vagas, e que os agendamentos até o dia 31 de dezembro já estavam preenchidos”. As pessoas, segundo ela, começaram a questionar se ficariam sem atendimento, e houve discussão entre funcionários e usuários. “Mas a equipe começou a andar pela fila avisando que fariam o possível, porque isso foi um imprevisto, algo que nunca tinha acontecido antes. Tentaram se justificar e pedir desculpas, e as pessoas decidiram continuar na fila.” No caso dessa paciente, a espera foi de cerca de cinco horas. Ela conseguiu marcar a consulta, mas quando saiu, por volta das 15h10, ainda havia fila.
“Muitas pessoas chegaram antes das 6h para segurar a fila, porque o atendimento começa às 7h. O problema são os transtornos que foram causados. Teve uma senhora que caiu e machucou o joelho. Havia pessoas com deficiência, muletas, pessoas mais idosas, todas em pé. Entendemos que houve imprevisto, não vamos culpar o HU por isso. Os funcionários foram muito educados conosco. Eles fazem um ótimo atendimento, mas dessa vez havia pessoas que estavam apenas com o dinheiro da passagem no bolso, ou seja, ficaram esse tempo todo sem comer, em pé e em parte da manhã e da tarde expostos ao sol. Foram muitas horas em pé. Causa um mal-estar”, detalha a paciente.
Ainda de acordo com o relato da paciente, muitas pessoas reclamavam de dores em diversas partes do corpo, como coluna e pernas. “Como foi um momento pontual, espero que não aconteça novamente. Eu consegui remarcar a minha consulta, mas não sei dizer se todo mundo que estava lá obteve êxito no retorno. Imagino a dificuldade de quem depende de ônibus com horário, que vem de fora da cidade.”
Por nota, o hospital esclareceu que não teve condição de atender à totalidade da demanda que se apresentou nesta segunda-feira (17). Informou ainda que está contratualizado com a Prefeitura de Juiz de Fora para dez mil consultas mês, nas diversas especialidades, e somente 50% são para retorno. Segundo a unidade, tão logo haja disponibilidade para novas marcações, os usuários serão informados.