Grupo teme por falta de auxiliares para alunos autistas
Às vésperas do início do período letivo, professores auxiliares que deveriam atuar junto aos alunos do 6º ao 9º ano da rede municipal ainda não foram contratados
O atendimento aos alunos com autismo volta a preocupar as famílias na iminência do início do período letivo de 2019. Depois da assinatura do acordo com a Prefeitura em dezembro do ano passado, os estudantes devem retornar às salas de aula sem o apoio dos auxiliares. Naquela ocasião, ficou decidido que os alunos autistas continuariam sendo atendidos pelos professores bidocentes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e que o Município contrataria os auxiliares para atender aos alunos do 6º ao 9º ano. Esses trabalhadores deveriam ter sido contratados e capacitados para atuar já a partir da próxima segunda-feira (18). No entanto, os pais e os profissionais que integram a comissão permanente de acompanhamento dessas discussões relatam que têm tido dificuldade em receber uma resposta do Município.
“A Prefeitura ainda não conseguiu nem fazer o edital, nem a contratação. Pelo que ficamos sabendo, eles estão correndo atrás para conseguir estagiários. Tentamos ligar para eles de manhã e durante a tarde dessa sexta-feira (15), e os responsáveis estavam em reuniões e não puderam nos atender”, explica a presidente do Grupo de Apoio a Pais e Profissionais de Pessoas com Autismo de Juiz de Fora e Região (Gappa), Ariene Menezes. De acordo com Ariene, não foi dado nenhum prazo para que os profissionais comecem a atuar, o que causa a preocupação nos pais.
“Temos estudantes com quadro severo, que não têm condições de frequentar a escola sem o auxiliar. Muitos pais já estão dizendo que não vão levar seus filhos para as escolas. Alguns já estão tentando buscar vagas na rede estadual. É uma situação muito complicada”, detalhou.
Desde janeiro, a comissão busca contato com a Secretaria de Educação, cobrando o cumprimento do acordo. “Aceitamos essa forma porque entendemos as crises financeiras, mas nem o que acertamos parece que vai ser cumprido.” Ainda de acordo com Ariene, a comissão e o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência encaminharão um ofício à pasta, alertando que o Ministério Público será acionado novamente para garantir o atendimento.
Em nota, a Secretaria de Educação informou que o processo para a contratação de profissionais de apoio ao educando para atuar com alunos do 6° ao 9° ano está seguindo os trâmites necessários. “Para o início do ano letivo, professores e estagiários de pedagogia farão o atendimento ao público em questão, garantindo a continuidade do trabalho realizado dentro de sala de aula junto com a equipe pedagógica de cada escola.”