Cadeirante denuncia falta de acessibilidade em ônibus
De acordo com estudante, rampa elevatória apresenta problemas constantes
Um estudante, que é cadeirante, utilizou a internet para denunciar problemas com a rampa elevatória presente nos coletivos da cidade. O equipamento, que facilita a entrada e a saída de pessoas que utilizam a cadeira de rodas para se locomover, está presente em 100% da frota, conforme o contrato de exploração do serviço, mas precisa estar funcionando. A denúncia vem à tona pouco tempo após a Tribuna publicar reportagem sobre o descumprimento de normas definidas na licitação do transporte coletivo.
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Em sua página do Facebook, Victor Siqueira, 17 anos, que é portador da distrofia muscular de Duchenne, o que o faz ser usuário da cadeira de rodas, relatou que, ao aguardar um ônibus que faz a linha 701, no dia 2 deste mês, percebeu que a rampa adaptada não estava funcionando. “Esperei outro ônibus e finalmente fui. Saí do colégio e, novamente, fui para o ponto, e sabe o que aconteceu? Veio o mesmo ônibus com defeito e tive que deixar quem estava no ‘busão’ ir para casa ver o jogo da Seleção e eu fiquei no ‘vácuo’ no ponto. Em vez de o motorista e o trocador trocarem o ônibus, não, ficaram viajando com ele com defeito. Você acha isso normal? Pois é, para este motorista, o trocador, para muitos que naquele ônibus estavam, e talvez para você que esteja lendo isso, é normal”, indaga o estudante na postagem. Ele acrescenta que o seu maior desejo é que os cadeirantes não tenham que passar por esse tipo de humilhação e que possam ir e vir tranquilamente, e que “todos tratem as pessoas igualmente, seja ela com uma deficiência ou não”.
O pai dele, Vanor Siqueira, confirmou à reportagem que o problema enfrentado pelo filho é recorrente. Segundo ele, o jovem pega sempre o mesmo veículo às 6h50, mas, quando há o problema, aguarda o das 7h30 e chega atrasado. “Já fizemos reclamação, ligamos para a ouvidoria e não consegui falar com ninguém (na segunda). Ele foi deixado duas vezes para trás, chegando atrasado na escola e na saída também. As rampas estão quebradas ou sucateadas. Falta manutenção”, aponta. Vanor questiona porquê a empresa – Ansal – não testa as rampas antes de sair em da garagem.
Resposta
À Tribuna, o gerente do Centro de Controle Operacional (CCO) da Ansal, Rodrigo Mello, informou que há testes e verificações constantes, de forma alternada, nas rampas presentes nos 230 carros em atividade. Em relação à queixa feita por Vanor, Mello ressaltou que, de fato, não houve nada formalizado nesta segunda, e nem a troca do veículo. Ele reiterou que a ouvidoria da empresa funciona de segunda a sexta, das 8h às 18h, e que fora desse horário, a ligação é repassada para a portaria, que reencaminha o relato ao departamento no dia seguinte.
Em nota, a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) informou que, na cidade, a frota de transporte coletivo tem 100% dos veículos adaptados. “A Settra tem intensificado as ações de fiscalização para o bom atendimento aos usuários. No entanto, caso o cidadão flagre alguma irregularidade pode entrar em contato com a secretaria através do 3690-8218. Ainda não havia registros de reclamação deste veículo, a fiscalização irá verificar e adotar as providências necessárias”, diz a nota enviada à Tribuna.