Prejuízo de R$ 63 mi: MPMG mira família acusada de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro com posto de gasolina em JF

Além de mandados de prisão, MPMG cumpre nesta terça-feira ordens de sequestro de 26 veículos e sete imóveis, todos pertencentes à família envolvida no crime 


Por Tribuna

04/11/2025 às 10h21

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o posto de gasolina Central, localizado na Avenida Francisco Bernardino, estaria envolvido em um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro que teria causado um prejuízo estimado em mais de R$ 63 milhões aos cofres públicos do Estado. Na manhã desta terça-feira (4), o MPMG deflagrou a segunda fase da Operação Fernão de Noronha, cumprindo seis mandados de prisão e dezesseis de busca e apreensão contra os membros de uma família que seriam responsáveis por coordenar o esquema. 

A Tribuna foi até a região do estabelecimento na manhã desta terça-feira e constatou que a Polícia Militar também estava no local, que funcionava normalmente. A reportagem entrou em contato com a PM e não conseguiu, até o momento, falar com os representantes da gestão do Posto Central e dos alvos da operação do MPMG. O espaço segue aberto para posicionamento.

Prejuízo de R$ 63 mi: MPMG mira família acusada de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro com posto de gasolina em JF
Viatura da PM ao lado do posto na manhã desta terça (Foto: Leonardo Costa)

Em 2022, o MPMG recebeu uma denúncia de que os envolvidos haviam criado uma organização criminosa que se utilizava da personalidade jurídica do posto de gasolina no Centro de Juiz de Fora para sonegar ICMS e se locupletar ilicitamente. Ainda segundo o órgão mineiro, a organização criminosa seria composta por pessoas de uma mesma família e teria começado a operar ilicitamente em Juiz de Fora por volta do ano de 2008, por meio do Posto Central. 

Conforme o Ministério, a sonegação fiscal teria possibilitado a ampliação do patrimônio familiar, investindo em atividades de transporte e logística de combustíveis e na aquisição de imóveis.

Além dos mandados de prisão, o MPMG cumpre também ordens de sequestro de 26 veículos e sete imóveis, todos pertencentes à família envolvida no esquema. A Justiça determinou o bloqueio de contas correntes do grupo até o limite de R$ 63 milhões, como forma de garantia do ressarcimento ao erário.

A ação foi realizada por meio da Coordenadoria Regional da Ordem Econômica e Tributária (Caoet/Juiz de Fora), com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Zona da Mata. 

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(Foto: Divulgação/MPMG)

 

Primeira fase da operação descobriu garagens clandestinas usadas para armazenar combustível 

A primeira fase da Operação Fernão de Noronha, realizada em 2021, já havia encontrado provas de que a quadrilha movimentava grandes quantidades em dinheiro vivo, valor muito acima do que seria compatível com a operação legal do Posto Central, indicando a prática de crimes fiscais, ainda de acordo com as informações divulgadas pelo Ministério Público.

Além disso, as investigações iniciais revelaram a existência de garagens clandestinas usadas para armazenar combustível. Esses locais não seguiam as normas da Agência Nacional de Petróleo (ANP), levantando suspeitas de adulteração e receptação de combustível objeto de furto. 

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