PC apreende mais de 1.200 pontos de LSD
Atualizada às 17h03
Mais de 1.200 pontos de LSD, comprimidos de ecstasy e porções de cocaína, embaladas a vácuo, foram apreendidos em ação da Delegacia Especializada Antidrogas, que desmantelou um esquema de venda de entorpecentes sintéticos, supostamente comandado por um estudante universitário, morador da Cidade Alta. A operação foi desencadeada na quinta-feira (3), após 40 dias de investigação. Um recepcionista, 40 anos, foi preso em flagrante na Rua Doutor Antônio Carlos, no Centro, onde foram encontrados mais de 200 pontos de LSD, além de porções de maconha e haxixe. A droga sintética estava dentro do carro do suspeito, um SpaceFox, que também foi apreendido.
Em seguida, os policiais civis foram até o apartamento do suposto fornecedor dos entorpecentes, na Rua Virgulino João da Silva, no Bairro São Pedro. O estudante de engenharia, 27 anos, não estava em casa, mas a equipe encontrou no local cerca de mil pontos de LSD. Os investigadores foram surpreendidos, ainda, pela forma como estavam acondicionadas as porções de cocaína. Uma máquina usada na confecção da embalagem a vácuo, outra de cortar, além de materiais usados no preparo das drogas, também foram recolhidas. Já na delegacia, os policiais descobriram que alguns dos compartimentos lacrados continham cogumelos secos, possivelmente alucinógenos.
De acordo com o delegado Rogério Woyame, as embalagens a vácuo seriam utilizadas para esconder o cheiro da droga e não despertar a atenção em caso de abordagem policial. “Isso não é novidade, mas é bem incomum. Ele usava até papel laminado, que escondia a cor da cocaína.” Uma identidade possivelmente falsa também foi apreendida no imóvel onde o estudante residia. Ele não foi localizado.
“Mais uma vez, dando início às investigações de drogas sintéticas, que envolvem pessoas de classe média, média alta e estudantes universitários, a equipe tentou levantar informações sobre a venda ecstasy, LSD e outras substâncias. Tivemos a informação de um esquema de distribuição de grande quantidade de drogas sintéticas na cidade”, disse o delegado. Ele acredita que o morador do São Pedro buscava os entorpecentes em São Paulo e repassava a, pelo menos, três distribuidores. “Algumas pessoas revendiam essas drogas em boates, raves, festas na Zona Sul e eventos universitários.”
Ainda conforme Woyame, o homem preso na Antônio Carlos era um dos distribuidores. O delegado falou da dificuldade em encontrar as cartelas com os pontos de LSD, que podem ser facilmente disfarçadas em meio a outros materiais. “Ficamos cerca de três horas fazendo buscas na casa, mas a droga estava dentro do carro dele.” O suspeito foi encaminhado ao Ceresp, onde ficou à disposição da Justiça.
Segundo o titular da Antidrogas, só o LSD está avaliado em mais de R$ 36 mil, já que cada unidade seria comercializada a R$ 30 no varejo. “O principal suspeito e fornecedor está foragido, mas estamos tentando localizá-lo. Também estamos com o trabalho de tentar identificar os outros dois distribuidores. Mas, certamente, o esquema já está desmontado. Desarticulamos a entrada dessa droga sintética na cidade.”