Jair Bolsonaro deixa o Brasil rumo a Orlando, nos Estados Unidos

Presidente é o primeiro a não passar a faixa a um sucessor eleito pelas urnas desde a redemocratização


Por Agência Estado

30/12/2022 às 18h59

O avião presidencial decolou de Brasília rumo a Orlando, nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (30). A bordo estava o presidente Jair Bolsonaro (PL), que decidiu deixar o Brasil a dois dias da posse do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para não passar a faixa presidencial ao rival e, ainda, por conselho de advogados. Bolsonaro foi aconselhado a deixar o país antes de 1º de janeiro de 2023, quando perde o foro privilegiado.
Primeiro presidente no cargo a disputar e perder uma reeleição no Brasil, Bolsonaro também será o primeiro a não passar a faixa a um sucessor eleito pelas urnas desde a redemocratização. Uma equipe do Palácio do Planalto, de apoio e segurança, chegou há dois dias na cidade da Flórida. A previsão é que o presidente passe ao menos janeiro hospedado em um condomínio-resort fechado
Oficialmente, a Presidência da República não se pronunciou sobre a viagem. Servidores militares do Gabinete de Segurança Institucional foram deslocados a Miami, cidade vizinha na Flórida, assim como a equipe de assessores que acompanhará Bolsonaro como ex-presidente.
A Secretaria Geral da Presidência publicou no Diário Oficial da União aval para afastamento do país dos “assessores de ex-presidente” indicados por Bolsonaro. São eles: Sérgio Rocha Cordeiro, Marcelo da Costa Câmara, Max Guilherme Machado de Moura, Osmar Crivelatti e Ricardo Dias dos Santos.
A equipe de apoio com cinco servidores pagos pela União se revezará nos Estados Unidos entre 1º e 30 de janeiro, durante “agenda internacional” de Bolsonaro em Miami.

Pronunciamento final
Antes da decolagem, Bolsonaro fez, sozinho, um pronunciamento informal nas redes sociais. Apesar de ter sido aconselhado a não falar, pelo risco de incentivar os manifestantes golpistas que o apoiam, ou a desapontá-los, o presidente preferiu ouvir conselhos políticos que sugeriam um aceno a sua base. Na ocasião, ele chorou, reconheceu o clima de velório e afirmou que foi muito difícil ficar praticamente dois meses calado, após a derrota para Lula.

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