Veja os superesportivos lançados no Salão de Genebra
Motorshow apresentou tanto bólidos focados no desempenho sustentável quanto os que ainda não foram afetados pela tendência ambientalista
Cada salão internacional de automóveis tem suas particularidades e, por isso mesmo, geram determinadas expectativas. No caso da 88ª edição do motorshow de Genebra, realizado entre 8 e 18 de março, já era de se esperar que a tradição de apresentar modelos com esportividade aguçada fosse mantida. O que, de fato, aconteceu. De bólidos focados no desempenho sustentável aos que ainda não foram afetados pela tendência ambientalista que vem se instaurando no mercado automotivo, os representantes desta classe chamaram a atenção no evento suíço.
Na linha ecológica, destacaram-se o SUV elétrico Porsche Mission E Cross Turismo e o Pininfarina H2 Speed, este último com uma característica que o torna bem mais prático que o modelo alemão: por ser movido a hidrogênio, pode ser totalmente abastecido em apenas três minutos, enquanto o Mission E Cross Turismo pode rodar cerca de 400 quilômetros com uma carga rápida de 15 minutos.
As alemãs BMW e Mercedes apostaram em modelos cupês, mas ambos de quatro portas. A primeira mostrou o conceito M8 Gran Coupé, mas não revelou detalhes sobre sua motorização. Já a Mercedes aproveitou para revelar a versão final do AMG GT Coupé de quatro portas, sendo a mais poderosa delas a 63 S, com 638 cv – só 2 cv a menos que a variante sem capota do Lamborghini Huracán Performante, a Spyder, outra estrela de Genebra em 2018.
A Ferrari colocou no centro das atenções de seu estande a nova 488 GTB, a mais potente da linha, com seu V8 3.9 biturbo de 720 cv. A McLaren levou sua homenagem póstuma a Ayrton Senna, o McLaren Senna – que ganhou também o conceito GTR no salão -, que remete à agilidade do brasileiro tricampeão de Fórmula 1, com seus 800 cv. Mas poder extremo mesmo ostenta o Bugatti Chiron Sport, que descarrega 1.500 cv com um propulsor de 8 litros e 16 cilindros – e nada conivente com essa movimentação de redução de emissões proposta no automotivo.
BMW Concept M8 Gran Coupé
A marca buscou incorporar ao conceito uma personalidade que mantivesse a esportividade de sua linha M, mas adicionasse um lado mais extrovertido. Assim como o conceito Série 8 do qual deriva, o carro exibe a nova linguagem de design da BMW, com linhas bem marcadas, longo entre-eixos, amplo capô e centro de gravidade baixo. A silhueta de cupê se destaca no perfil, enquanto a dianteira traz faróis afilados e enormes entradas de ar que misturam plástico reforçado e fibra de carbono. Atrás, as linhas são horizontais _ ampliando a ideia de largura – e há duplas saídas de escape. A intenção é que o novo modelo integre a linha BMW Série 8, que deve ser apresentada no decorrer de 2019. Por enquanto, não há informações sobre o trem de força.
Bugatti Chiron Sport
A nova versão do Chiron mostrada na Suíça custa nada menos que 2,65 milhões de euros, ou seja, mais de R$ 10 milhões. Mas é possível adicionar mais de 300 mil euros em opcionais, incluindo até cores diferenciadas. Ao atingir preço final de quase R$ 12 milhões, na conversão, o valor é, segundo a Bugatti, o maior entre os automóveis expostos no motorshow. O motor é um 16 cilindros em W, com 8 litros e capaz de gerar estrondosos 1.500 cv e 163,3 kgfm de torque. O zero a 100 km/h é cumprido em 2,3 segundos e o bólido pode chegar a 420 km/h.
Ferrari 488 Pista
A variante mais esportiva da Ferrari 488 GTB tem 1.280 kg de peso seco e ostenta uma ficha técnica invejável. Seu motor V8 3.9 biturbo entrega 720 cv de potência e o torque máximo é de 78,5 kgfm. O propulsor faz do modelo o mais potente já produzido pela marca italiana na gama 488, com 50 cv a mais que a 488 GTB, a GTE e a Challenge, versões de corrida. A velocidade máxima fica em 340 km/h e a aceleração de zero a 100 km/h é feita em apenas 2,8 segundos.
Lamborghini Huracán Performante Spyder
A versão conversível do Huracán Performante, a mais potente do Huracán. Na carroceria com teto de lona, as mudanças não resumem ao visual, mas atingem também o trem de força do superesportivo. O motor V10 5.2 aspirado rende 640 cv de potência e 61,1 kgfm de torque máximo, ou seja, são 30 cv e 4 kgfm a mais que no Huracán Spyder convencional. Além disso, o peso também diminuiu em 35 quilos. O zero a 100 km/h se dá em 3,1 segundos e a velocidade máxima é de 325 km/h. Quanto ao teto, ele pode ser aberto ou fechado em apenas 17 segundos. E em função das mudanças no propulsor, a suspensão foi reforçada, controles dinâmicos de tração e estabilidade estão mais permissivos e os modos de direção foram reprogramados.
McLaren Senna
Homenagem ao piloto de Fórmula 1 brasileiro que dá nome ao carro, o modelo é outro que impressiona por sua aceleração vigorosa: bastam 2,8 segundos para que ele parta da imobilidade e atinja 100 km/h. A máxima fica em 340 km/h e esse desempenho expressivo é possível graças ao motor adotado. Trata-se de um V8 biturbo de 4.0 litros que descarrega 800 cv e 81,6 kgfm de torque máximo. Já a transmissão é automatizada de dupla embreagem e sete velocidades. São apenas 500 unidades produzidas, comercializadas por 750 mil libras, ou seja, em torno de R$ 3,2 milhões.
Mercedes-AMG GT 63 S 4matic
O Mercedes-AMG GT 4 Portas Coupé estreou no mesmo salão no ano passado, só que em forma de conceito, e agora teve sua versão final exibida. E é a 63 S a mais avassaladora delas, com seus 638 cv gerados por um 4.0 V8 biturbo. O câmbio é o automático AMG Speedshift de 9 marchas, que trabalha em conjunto com o sistema de tração integral 4Matic. Por dentro, aparece o novo painel digital da marca, formado por telas duplas de 12,3 polegadas configuráveis e interativas. As vendas começam apenas em 2019 e os preços ainda não foram divulgados.
Pininfarina H2 Speed
Assim como AMG GT, o Pininfarina H2 Speed também foi mostrado primeiro em conceito, no mesmo Salão de Genebra, só que há dois anos. Agora, foi a vez de aparecer a versão final do superesportivo de corrida, que é alimentado por hidrogênio. São quatro motores elétricos que, juntos, rendem 662 cv, para um modelo que pesa 1.420 kg. A velocidade máxima vai a 300 km/h e o zero a 100 km/h é feito em 3,4 segundos. A tração é traseira e, segundo a Pininfarina, o abastecimento do tanque de hidrogênio leva apenas três minutos. O chassi é de fibra de carbono e os planos são de produzir apenas 12 unidades do carro, que ainda não teve seu preço definido.
Porsche Mission E Cross Turismo
A versão SUV do elétrico Mission E tem linhas de cupê de quatro portas e tração nas quatro rodas. Dois motores síncronos permanentemente acionados com potência de sistema acima de 600 cv aceleram o protótipo do zero até 100 km/h em menos de 3,5 segundos e o fazem alcançar 200 km/h em menos de 12 segundos. Suspensão pneumática adaptativa e controle dinâmico do chassi também estão disponíveis, assim como head-up display. O conjunto de instrumentos é curvado e inclinado para o motorista e tem três mostradores circulares, exibidos digitalmente em telas TFT. A autonomia chega a cerca de 400 quilômetros com apenas uma carga rápida de aproximadamente 15 minutos.