PelĂculas funcionam como protetor solar para vocĂȘ e o carro
Mercado apresenta pelĂculas automotivas que garantem conforto tĂ©rmico e redução da incidĂȘncia dos raios solares, deixando a sua viagem muito mais agradĂĄvel
FĂ©rias de janeiro Ă© sinĂŽnimo de calor e viagens com os amigos e a famĂlia. No carro, o sol a toda exige o uso do ar-condicionado, mas, em muitos casos, apenas ele nĂŁo dĂĄ conta do recado. Por isso Ă© importante proteger os veĂculos com as pelĂculas automotivas. NĂŁo Ă toa, esta Ă© a Ă©poca do ano em que a procura pela instalação destes produtos aumenta nas lojas especializadas. O problema Ă© que a falta de informação pode fazer vocĂȘ comprar gato por lebre.
Quem viaja sob o sol escaldante sabe o incĂŽmodo que Ă© sair do carro, depois de horas na estrada, com a pele parcialmente queimada, deixando um braço com a tonalidade diferente do outro. AlĂ©m de esteticamente questionĂĄvel, o resultado pode vir com o agravante das dores causadas pela sensibilidade da pele. Felizmente hĂĄ uma forma de resolver isso atravĂ©s das pelĂculas, embora seja importante esclarecer que nem todas tĂȘm esta propriedade.
Popularmente conhecidas como insulfilm (em alusĂŁo a uma das marcas mais famosas do setor), as pelĂculas sĂŁo desenvolvidas com tecnologias diversas. As mais baratas melhoram a aparĂȘncia do carro, inibem a ação de ladrĂ”es e, de certa forma, atĂ© criam uma barreira a mais para o sol, embora nĂŁo suficiente. Ă como comprar Ăłculos de sol falsificado, que pode atĂ© provocar um conforto momentĂąneo, embora a retina permaneça desprotegida dos raios solares. JĂĄ outras, mais caras, sĂŁo desenvolvidas com proteçÔes a mais.
ProprietĂĄrio de uma loja do setor em Juiz de Fora, Felipe Silvestre afirma que jĂĄ existem clientes, esclarecidos, que buscam nestes produtos uma forma de reter o calor e os raios solares. “A Crystalline (da 3M) Ă© considerada uma cinco estrelas do mercado porque rejeita atĂ© 99,9% dos raios ultravioleta e 97% dos raios infravermelhos, que sĂŁo as ondas longas do sol. Esta proteção garante o conforto tĂ©rmico e elimina aquela sensação de calor na pele.”
Em produtos como este, de alta performance (e consequentemente de maior custo), os benefĂcios vĂŁo alĂ©m do conforto corporal. Toda a parte interior do automĂłvel se beneficia com a camada de proteção nos vidros, jĂĄ que sĂŁo pelĂculas que evitam o efeito estufa, causado quando o carro fica parado sob o sol, por longos perĂodos, e com os vidros fechados. Para bancos de couro, a pelĂcula que retĂ©m os raios solares se transforma em item de primeira necessidade para garantir a vida Ăștil do estofado. Sem contar que, sem o calor excessivo, o ar-condicionado Ă© menos exigido, resultando em uma melhor mĂ©dia de consumo do combustĂvel.
Para todos os bolsos
A Tribuna pesquisou em lojas que instalam pelĂculas automotivas em Juiz de Fora e descobriu que o custo pode variar bastante. As mais baratas, com bom resultado estĂ©tico, mas sem propriedades tĂ©rmicas, custam entre R$ 150 e R$ 200, enquanto as mais caras, com estes diferenciais, variam de R$ 2 mil a R$ 3 mil, incluindo o para-brisa.
Felipe Ă© autorizado da 3M na cidade, uma das marcas mais caras do mercado. Por esta razĂŁo, ele cativa um pĂșblico que nĂŁo estĂĄ preocupado apenas em reduzir a visibilidade de fora para dentro do carro. Atendendo em loja prĂłpria, a Planet Film, e em concessionĂĄrias, ele explica que os condutores devem ficar atentos quando o produto anunciado Ă© muito barato. “A diferença da visibilidade de dentro para fora do carro de uma pelĂcula comum para outra de marca Ă© muito grande, o que compromete atĂ© a prĂłpria segurança do condutor.”
Produtos fora do padrĂŁo podem gerar multa de quase R$ 200
NĂŁo Ă© a opacidade da pelĂcula que vai impedir a ação dos raios solares. Tanto Ă© que existem marcas no mercado que oferecem pelĂculas atĂ© transparentes, mas com esta proteção tĂ©rmica. E por falar na visibilidade, Ă© bom ficar atento ao que diz a legislação. De acordo com o Conselho Nacional de TrĂąnsito (Contran), a transmissĂŁo luminosa nĂŁo pode ser inferior a 75% nos para-brisas e vidros laterais dianteiros, por serem considerados indispensĂĄveis Ă dirigibilidade. Para a parte de trĂĄs do carro, incluindo as laterais, a luminosidade poderĂĄ ser restrita a atĂ© 28%.
Segundo a PolĂcia RodoviĂĄria Federal (PRF), ainda existem abusos com relação a esta norma, que acabam contribuindo para acidentes graves. Conforme o chefe substituto do nĂșcleo de policiamento e fiscalização da PRF em Juiz de Fora, Fernando Pettersen, usar pelĂculas fora do padrĂŁo estabelecido gera falta de atenção do condutor. “Porque ele nĂŁo vai ter a noção exata de trĂĄfego em situaçÔes com cerração ou neblina. Em um trevo, por exemplo, ele pode acabar sofrendo acidente por nĂŁo conseguir enxergar a aproximação de um carro que esteja com os farĂłis desligados.”
No entanto, a fiscalização Ă© um desafio. A verificação da retenção de luz no vidro Ă© feita por um aparelho chamado medidor de transmitĂąncia, que deve ser aferido pelo Inmetro, mas nĂŁo estĂĄ Ă disposição de todas as polĂcias do paĂs. Desta forma, as autoridades acabam se limitando Ă s informaçÔes registradas no prĂłprio vidro, que deve ter uma chancela informando o percentual aplicado na pelĂcula. “A PRF nĂŁo pode agir de forma subjetiva para fazer a notificação. Precisamos, neste caso, da prova material.”
Segundo o Código de Trùnsito Brasileiro (CTB), constatado o abuso o condutor serå autuado pelo artigo 230, que considera a infração grave. Além da multa de R$ 195,23, o carro é retido até a regularização.