Parque na Zona da Mata mineira caminha para virar referência internacional em astroturismo

Localizado na Zona da Mata mineira, a aproximadamente 240 quilômetros de Juiz de Fora, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro recebe cerca de 12 mil visitantes por ano. Entre os atrativos da Unidade de Conservação (UC) estão trilhas, cachoeiras, cursos d’água e piscinas naturais, além de uma rica diversidade da flora e fauna. O local é conhecido por abrigar várias espécies em risco de extinção, como o Muriqui do Norte, maior primata das Américas. Atualmente, o parque se prepara para conseguir oferecer atividades de astroturismo e se tornar referência internacional através do selo ‘Dark Sky Park’, concedido pela Organização Dark Sky Internacional. 

A certificação, se aprovada, será inédita em Minas Gerais, fazendo com que o parque se torne um dos principais destinos de astroturismo no Brasil. O termo faz referência a contemplação de estrelas, constelações e fenômenos celestes. O selo ‘Dark Sky Park’ é oferecido a áreas naturais com céu noturno extremamente preservado. 

O gerente da UC, Luis Henrique de Mattos Lopes, explica que a ideia de ir atrás do reconhecimento surgiu de conversas e tratativas do Instituto Estadual de Florestas (IEF) com a empresa Caminhantes da Trilha Brigadeiro-Caparaó, responsável pela trilha de longo curso que conecta o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro ao Parque Nacional do Caparaó. As equipes das instituições observaram o potencial do turismo noturno na Serra do Brigadeiro devido às características do céu do local, que possui baixa ou quase inexistente poluição luminosa, favorecendo uma excelente observação dos astros e do céu escuro. 

“As atividades desenvolvidas são pesquisas, estudos e muita observação dos eventos astronômicos, desenvolvidos pelo professor Daniel Melo (UFRJ). O processo está em andamento, sendo que o parque está promovendo adequações para a certificação junto a Organização DarkSky Internacional”, diz Lopes. 

A caminhada para conquistar o título começou em janeiro do ano passado, quando o parque realizou a primeira sessão astronômica, intitulada “Um olhar para as estrelas e o infinito”. No evento, foram realizadas atividades de reconhecimento de trilhas astronômicas, sessões de astrofotografia, coleta de dados preliminares sobre a poluição luminosa e uma sessão astronômica especial, dedicada a gestores, guardas-parques, convidados e público.  Atualmente, o único parque brasileiro e latinoamericano que possui o certificado é o Parque Estadual do Desengano, no Rio de Janeiro. 

A UC foi criada em 1996 e engloba os municípios de Ervália, Fervedouro, Sericita, Araponga, Miradouro, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. Com mais de 13 mil hectares, o Parque da Serra do Brigadeiro tem se mostrado um abrigo de novas espécies, segundo o gerente da unidade, o que realça a importância de sua preservação e conservação. Por ter vários municípios de pequeno porte no seu entorno, o turismo pode ser um grande impulsionador para o desenvolvimento econômico da região. “Uma das premissas do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro é incentivar o turismo e desenvolver a economia das comunidades do entorno.” 

Ainda não há previsão de quando as atividades noturnas, como caminhadas interpretativas, sessões de observação astronômica e astrofotografia, poderão ser realizadas com frequência. “Estamos ansiosos para receber o selo de céu escuro da organização Dark Sky Internacional e anunciar as tratativas de visitação noturna.” Porém, o parque já oferece diversas atividades e os interessados podem enviar um e-mail para [email protected] para outras informações. 

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Confira as atividades atuais no Parque da Serra do Brigadeiro: 

• trilhas autoguiadas, como as trilhas das Águas, Muriqui, Pico do Boné, Pedra do Pato e do Soares, localizadas no circuito das águas; 
• observação de aves; 
• banhos de cachoeira e piscinas naturais; 
• Visitas educativas sobre conservação ambiental e biodiversidade.