Painel 26-08-16

Por Paulo César Magella

Mapa da violência

Para quem gosta de dados estatísticos sobre a violência, foi publicado ontem, e já está disponível na internet, o Mapa da Violência 2016 – Homicídios por armas de fogo no Brasil, coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfsz. Traz dados já conhecidos pelo público, mas também aponta novidades, como o crescimento abissal da violência desde o início da pesquisa, em 1998, até 2014, quando foram levantados os últimos números. O dado conhecido, mas preocupante, envolve os jovens. Desde a virada do século até hoje, a principal vítima da violência homicida no Brasil é a juventude. Na faixa de 15 a 29 anos de idade, o crescimento da letalidade violenta foi bem mais intenso do que no resto da população. “No conjunto da população, ele passou de 6.104, em 1980, para 42.291, em 2014, num crescimento de 592,8%. Mas, na faixa jovem, este crescimento foi bem maior: pula de 3.159 HAF, em 1980, para 25.255, em 2014, crescimento de 699,5%.”

Armas nas ruas

Os números nacionais são bem mais expressivos do que a maioria dos conflitos formais em países com áreas de beligerância. Em Juiz de Fora, nos últimos quatro anos, a curva de crimes consumados contra a vida está em ascensão. Só este ano, de acordo com levantamento que a Tribuna vem fazendo nos últimos anos, já são 102 casos, a maioria deles na Zona Norte. O jornal leva em conta não só os casos em que a vítima morre na hora mas também aqueles em que o óbito se consuma em hospitais. Em entrevista à Rádio CBN, o cientista social André Gaio aponta vários fatores, mas enfatiza o volume de armas em circulação, fruto, ainda, de um derrame de duas mil armas que deveriam ter sido incineradas.

Pesquisas

As pesquisas do Ibope e do Sinserpu, divulgadas ontem, devem aparecer no horário eleitoral, que começa hoje no rádio e na televisão. Trata-se de uma estratégia, sobretudo dos candidatos mais votados, para mostrar aos demais eleitores o seu desempenho. Em ambas, a candidata Margarida Salomão está à frente, seguida do candidato Bruno Siqueira. Se as eleições fossem hoje, eles repetiriam a disputa de 2012, quando foram para o segundo turno. Margarida, em tal situação, iria pela terceira vez para a reta final da disputa. Os dados são emblemáticos para outros candidatos, especialmente os que vão às urnas pela primeira vez. Veja os números completos em Política.

Comissão na Imbel

A Câmara Municipal também participa das investigações da explosão que ocorreu na Imbel na semana passada, destruindo um dos paióis de munição. Ontem, a comissão especial, composta pelos vereadores Aparecido Reis (Cido), Newton Militão e Chico Evangelista, reuniu-se com dirigentes da indústria para avaliar os danos e as providências que estão sendo tomadas. Foram recebidos pelo coronel Luiz Jorge Tavares Cruz, chefe da fábrica, coronel Malbatan Leal, assessor de comunicação, e André Valente, assessor de gestão, que fez questão de enfatizar que a fábrica é segura, apesar de desempenhar atividades de risco. A unidade, porém, está interditada pelo Ministério Público do Trabalho até a elaboração de um laudo garantindo a segurança dos trabalhadores.

Wendell Guiducci

Wendell Guiducci

Wendell Guiducci é jornalista formado pela UFJF. Foi repórter e editor da Tribuna entre os anos 2000 e 2024. Hoje assina, como colaborador, a coluna de crônicas "Cronimétricas". É autor dos livros de minificções "Curto & osso" e "Suíte cemitério", e cantor da banda de rock Martiataka. Instagram: @delguiducci

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