Painel 18-05-17

Por Paulo Cesar Magella

Atualizada às 16h33

Pelo impeachment

A deputada Margarida Salomão, que em alguns momentos respondeu pela liderança do PT na Câmara – o líder Carlos Zaratini viajou para São Paulo -, considerou lamentável o país chegar a tal estágio, mas antecipou que o PT, PSB, PSOL, PDT, Rede e PCdo B ingressariam com pedido de impeachment do presidente Michel Temer ainda nesta quinta-feira (18). Revelou, no entanto, que os signatários do documento não serão os deputados, pois, se assim fizerem, estariam impedidos de participar de uma eventual votação do impedimento se o processo chegar ao plenário.

Voto direto

Margarida confirmou também o ingresso, na terça-feira, da PEC que trata da eleição direta para a presidência da República em caso de impedimentos da chapa vencedora, como é o caso atual de Dilma Rousseff e Michel Temer, se confirmar saída do presidente. O projeto, aliás, é do deputado Miro Teixeira e está tramitando deste o ano passado. Ele ganhou urgência por causa das circunstâncias. “Nós entendemos que esse Congresso não tem legitimidade para eleger o presidente indiretamente. Nossa meta é aprovar a PEC e chamar o povo para eleger o futuro mandatário”, destacou.

Quebra de sigilo

Na vida pública desde os tempos acadêmicos, quando presidiu o Diretório Central dos Estudantes da UFJF, o deputado tucano Marcus Pestana admitiu que nunca vivenciou algo parecido, mas foi enfático ao lembrar que o momento deve ser de maturidade e de serenidade mas, ao mesmo tempo, de agilidade e firmeza. Depois de participar da reunião da bancada no Congresso, ele admitiu ser um momento crítico e que, se o teor das gravações for confirmado, a situação do presidente Temer ficaria insustentável. Por isso, uma das decisões do PSDB foi exigir a imediata quebra do sigilo da delação dos executivos da JBS.

Momento triste

Um dos políticos mais próximos do senador Aécio Neves, em nome de quem falou diversas vezes como principal interlocutor, Pestana admite também que a situação é delicada. “Para mim é um momento muito triste, pois tenho ligações com ele desde 2002”. O deputado observa ser o fim de um ciclo. “Há de se ter prudência e sabedoria e dar um passo de cada vez, tendo cada minuto com sua agonia, lembrou.

Rumo à oposição

A Executiva nacional do PSB fará reunião extraordinária nesta sexta-feira, em Brasília, para tratar exclusivamente do caso Temer. O deputado Júlio Delgado antecipou à Radio CBN Juiz de Fora que a meta é pedir o afastamento imediato do presidente da República e brigar pela PEC das diretas, uma vez que, pela atual Constituição, o pleito, em tais circunstâncias, deve ser indireto, isto é, com a participação exclusiva dos deputados federais e senadores. “Tem que mudar”, e o partido está pronto para caminhar unido para a oposição. Júlio está convencido que a decisão será unânime e se arriscou a advertir: ou fica no PSB ou fica no Governo, não há meio termo.

Aparelhamento

Tendo sido um dos políticos mais próximos do senador Aécio Neves, quando este governava Minas e o PSB fazia parte da sua base política, Júlio Delgado disse que é preciso investigar profundamente o que chamou de aparelhamento do setor privado dentro do setor público. “O impacto será muito forte em Minas e no Brasil, mas é preciso que todos, indistintamente, sejam investigados”, citando ações de pesos pesados da economia como JBS, Odebrecht e Eike Batista, entre outros.

De novo na rede

O embate que se estabeleceu no PED municipal do Partido dos Trabalhadores, envolvendo a deputada Margarida Salomão e o vereador Roberto Cupolillo de um lado, e do outro as chapas Base Sindical e Popular e Construindo o Poder Popular para governar Juiz de Fora – leia-se vereador Wanderson Castelar – continua tendo desdobramentos. Pelas redes sociais, os sindicalistas e a corrente ligada a Castelar questionam a composição do diretório, por entender que os critérios de proporcionalidade não estão sendo representados. As correntes lideradas por Margarida e Betão, majoritárias no último PED, teriam indicado 8 dos 12 cargos, algo que os demais não estariam aceitando, embora também tenham sido criticados por quererem postos estratégicos que nenhuma chapa vencedora cederia. O tema pode chegar à direção estadual.

Repercussão

A preocupação de alguns setores passa pelos desdobramentos desse enfrentamento. O PT sempre teve tendências e o debate entre elas foi motivador de seu fortalecimento, mas, desta vez, até mesmo petistas acham que esse limite está sendo ultrapassado, podendo ter repercussões nas eleições do ano que vem. Com as redes sociais, especialmente o Facebook, o enfrentamento, que antes era uma questão interna, tornou-se tema de interesse coletivo.

Fórum em JF

Os Fóruns Regionais do Governo de Minas, que entraram em nova etapa, agora apurando os projetos que já foram concluídos e os que ainda estão em curso, terão a versão da Zona da Mata no dia 8 de junho, em Juiz de Fora. O governador Fernando Pimentel, que veio na instalação do projeto, deve retornar à cidade, como, aliás, tem feito nos fóruns que começaram pelo Triângulo Mineiro e vão percorrer todo o estado.

Comissões da reforma

Como já havia sido antecipado pelo Painel, a Câmara dos Deputados instalou nessa quarta-feira (17) a segunda comissão que vai tratar da reforma política, que acabou preocupando o deputado Marcus Pestana, pois serão tratados basicamente os mesmos assuntos. O presidente e o relator serão os mesmos da primeira comissão de estudos: Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Vicente Cândido (PT-SP) respectivamente. Já a comissão da PEC, que trata da cláusula de desempenho e fim das coligações, ficou agendada para esta quinta-feira.

Gláucia Simas

Gláucia Simas

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