Saúde no palanque
A saúde será um dos temas de maior relevância na campanha eleitoral, por ser, basicamente em todas as pesquisas, o ponto com a menor aprovação das ruas. Quando indagado sobre os principais problemas da cidade, o entrevistado elenca saúde, segurança e educação, mas a distância do primeiro para os demais é expressiva, refletindo um cenário que se replica pelo país afora. O SUS, na teoria, é um dos melhores programas, mas na prática sofre restrições, sobretudo nas cidades-polo, para onde são carreadas as demandas dos demais municípios, sem desses receber a contrapartida adequada. No caso de Juiz de Fora, irá para os palanques a construção do Hospital Regional. Concebido ainda na gestão tucana, está na fase de obras físicas, sem prazo para sua conclusão. Depois disso, vem a montagem dos equipamentos, e, finalmente, a mais importante, a política de gestão, já que o custeio tornou-se o principal gargalo do setor.
Consenso
Com o Regional sem data para entrar em funcionamento e os demais parceiros relutantes em participar dos projetos públicos, em função, sobretudo, dos repasses que sempre atrasam, a concentração no HPS, inclusive da emergência, reflete no humor do entrevistado. Os pré-candidatos não mostram seus números, e a publicação só pode ser feita se houver registro, mas as pesquisas revelam esses dados com precisão. Fora os três primeiros, os demais temas não chegam a chamar a atenção, pois fazem parte da rotina dos municípios. A saúde, sim, pois depende dos repasses da União e do Estado.
Definições
A semana deverá ser pródiga em definições, pois os prazos, agora, começam a se esgotar, e está aberta a temporada de convenções partidárias. O PR já antecipou que vai definir sua aliança nos próximos dias, o que deverá interferir até mesmo em candidaturas. O PCdoB, embora tenha sido respaldado pelo comando nacional, via na aliança um fator a mais para a propaganda de rádio e televisão, pois ganharia mais tempo para expor suas metas. Sem o aliado, terá dificuldades, e, como a campanha das ruas será difícil para todo mundo, em função do financiamento de campanha, agora vedado ao recurso empresarial, restará a criatividade.
Pela esquerda
Os partidos mais à esquerda também deverão anunciar seus nomes para a disputa municipal. O PSTU já antecipou que a professora Victória Melo será sua candidata, num projeto, provavelmente, de chapa pura, tendo como bandeiras a defesa dos direitos do trabalhador, anticapitalista, contra o machismo e a LGBTfobia. Já o PSOL e o PCB, como foi antecipado ao Painel, devem manter as conversas, com a proposta de lançar um nome ao Executivo, repetindo a dobradinha selada na cidade do Rio de Janeiro (RJ). A aliança pode dar ao pleito um nono pré-candidato. Nos dias 16 e 17 de julho, será realizado um seminário para traçar as pautas do programa.