Mistério no fim
O prefeito Bruno Siqueira deve anunciar esta semana qual será a sua decisão em torno de seu mandato. Ante o seu silêncio, as apostas estão divididas, fruto das oscilações do debate que se acentuaram nos últimos dias. O certo é que ele teria encomendado uma pesquisa para avaliar qual seria a repercussão de uma possível saída da Prefeitura. Os números estariam guardados a sete chaves. Aos mais próximos, Bruno tem dito que, se sair, não é por conta de uma possível ambição por cargos, mas por uma missão que pretende cumprir em sua rota política. Ao se desincompatibilizar, ele não tem, necessariamente, que definir qual a sua pretensão, mas também sabe que não pode demorar muito ante o trânsito congestionado de pré-candidatos que já estão em plena campanha.
Sola do sapato
Vida de pré-candidato não é fácil, principalmente quando começam a definir os nomes que serão apresentados ao eleitor. A agenda de todos eles não se restringe a Juiz de Fora. Para um pleito em que o tempo de campanha será praticamente a metade do de quatro anos atrás e o financiamento tornou-se proibido, a sola do sapato é a principal ferramenta. Sob esse aspecto, os detentores de mandato saem na frente, pois já têm uma estrutura própria e, principalmente, redutos eleitorais, o que precisa ser conquistado pelos novos postulantes. Sem as doações empresariais, essa meta só atende aos chamados políticos ricos, que podem, de acordo com a lei, subsidiar suas próprias campanhas.
Tudo depende
O problema dos candidatos a cargos proporcionais é que não têm meios seguros para aferir a sua possível performance, o que não ocorre com os candidatos a governador e ao Senado, em que o voto é majoritário, facilitando as pesquisas. Um político pode estar bem situado numa determinada região, mas depende muito da performance do próprio partido para elaboração do quociente eleitoral. Essa, aliás, é a razão de os pré-candidatos estarem fazendo tantas contas e definindo suas opções partidárias de acordo com o ponto de corte de cada legenda.
Quociente eleitoral
Os partidos de maior porte jogam os números para cima. Os petistas acreditam que na legenda o ponto de corte ficará em torno de 90 mil votos; os tucanos são mais modestos e apostam que, no seu caso, só se elegerá quem tiver mais de 80 mil votos. Esse cenário é totalmente diferente nos partidos de menor expressão eleitoral. Há legendas que prometem aos postulantes que poderão se eleger até mesmo com pouco mais de 40 mil votos para deputado federal. A estratégia é ter chapa completa, mas sem os chamados puxadores de votos. É todo mundo com o mesmo potencial. Dessa forma, ninguém estaria trabalhando para os favoritos, atuando sob o viés de farinha pouca, meu pirão primeiro ou pelo salve-se quem puder.