Em uma importante vitória para milhares de brasileiros, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou recentemente um projeto de lei que elimina a exigência de carência para o recebimento de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença para pacientes diagnosticados com lúpus e epilepsia.
A medida visa proporcionar maior acesso a benefícios previdenciários para pessoas que enfrentam essas doenças crônicas, garantindo uma proteção financeira imediata, sem a necessidade de cumprir um período de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Lúpus e epilepsia: doenças crônicas que limitam a capacidade de trabalho
O lúpus é uma doença autoimune que pode afetar diversos órgãos do corpo, como pele, articulações e até mesmo o cérebro, causando complicações graves e limitando as atividades diárias. Já a epilepsia é uma condição neurológica caracterizada por convulsões e perda de consciência, o que também pode incapacitar o paciente de realizar suas funções laborais.
Para ambos os casos, a exigência de um período de carência para acessar os benefícios previdenciários representava um obstáculo significativo, uma vez que muitas vezes os pacientes já enfrentam dificuldades financeiras devido ao alto custo dos tratamentos.
Com a aprovação do projeto de lei, esses pacientes agora terão direito imediato ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, sem a necessidade de esperar o cumprimento do período de carência, que antes era de 12 meses para o auxílio-doença. A senadora Damares Alves, relatora do projeto, destacou que a medida é um avanço em termos de justiça social, reconhecendo a gravidade dessas doenças e a necessidade de um suporte imediato para os pacientes.
Perícia médica continua sendo necessária
Apesar da eliminação da carência, a concessão dos benefícios ainda estará sujeita à realização de perícia médica, que será responsável por avaliar a incapacidade do paciente para o trabalho. O auxílio-doença é um benefício destinado a trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados de exercer suas atividades laborais por conta de doenças ou acidentes, enquanto a aposentadoria por invalidez é voltada para casos em que a incapacidade é permanente.
Inclusão de outras doenças na lista
O lúpus e a epilepsia se somam a outras condições já previstas pela legislação que garantem acesso a aposentadoria e auxílio-doença sem a carência, como tuberculose ativa, hanseníase, câncer, paralisia irreversível, cegueira, doenças cardíacas graves e doenças neurológicas como a doença de Parkinson. A aprovação da proposta agora segue para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), antes de ser encaminhada para o Plenário do Senado Federal, onde será votada e, se aprovada, seguirá para a sanção presidencial.
Com essa mudança, o Brasil dá um passo importante no reconhecimento das necessidades dos pacientes com essas doenças crônicas, oferecendo uma rede de proteção mais eficiente e justa.