Pouco conhecida pela maioria das pessoas, a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é uma condição neurológica que compromete significativamente o sono e o bem-estar cotidiano. O transtorno se manifesta por meio de sensações incômodas nas pernas — frequentemente descritas como formigamento, ardência, pressão ou até dores difusas — que geram um impulso irresistível de movimentá-las.
Essas sensações costumam aparecer durante períodos de inatividade, como ao se deitar ou permanecer sentado por muito tempo, sendo mais comuns no período noturno. Embora o movimento das pernas alivie temporariamente o desconforto, os episódios da síndrome tendem a se repetir, afetando de forma contínua a qualidade do sono e, consequentemente, a disposição ao longo do dia.
Síndrome das Pernas Inquietas
Ainda que seja mais comum entre adultos — principalmente mulheres e pessoas mais velhas —, a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) também pode se manifestar em crianças e adolescentes. Suas causas estão associadas tanto a fatores hereditários quanto à deficiência de ferro.
Pessoas com baixos níveis de ferro, como gestantes, pacientes em diálise, indivíduos com anemia ou que seguem dietas vegetarianas, apresentam maior risco de desenvolver o distúrbio. Certos medicamentos, especialmente antidepressivos que atuam sobre a serotonina, também podem agravar os sintomas.
O diagnóstico da SPI pode ser desafiador. Em muitos casos, os sinais são interpretados como simples agitação, estresse ou dificuldades rotineiras para dormir. Por isso, é essencial procurar orientação médica, especialmente quando os sintomas começam a afetar o descanso e as atividades do dia a dia. Exames laboratoriais, como o painel de ferro com ferritina, são importantes para identificar possíveis deficiências relacionadas à condição.
O que fazer?
Tratamento e cuidados recomendados:
- Mudanças no estilo de vida: Reduzir ou evitar o consumo de álcool e açúcares refinados. Estimular a mente com atividades leves e relaxantes antes de dormir.
- Medidas não medicamentosas: Utilização de bolsas térmicas (quentes ou frias). Massagens nas pernas. Caminhadas noturnas para aliviar os sintomas.
- Tratamento medicamentoso (em casos mais severos): Medicamentos como gabapentina e pregabalina podem ser indicados. Sempre com prescrição e acompanhamento médico.
Reconhecer a síndrome e buscar tratamento adequado pode evitar anos de noites mal dormidas e os impactos silenciosos que isso provoca no corpo e na mente.