Perder um filho, seja durante a gestação ou nos primeiros dias de vida, é uma das experiências mais dolorosas que uma família pode enfrentar. No entanto, esse tipo de luto frequentemente passa despercebido pela sociedade, dificultando acolher e apoiar aos pais e demais familiares.
Muitas vezes, o silêncio ou a evitação do assunto acabam aprofundando a sensação de isolamento e agravando o sofrimento de quem ficou. É comum que amigos e parentes não saibam como apoiar diante dessa situação tão delicada, e a falta de preparo para oferecer um suporte genuíno faz com que muitas famílias enfrentem essa dor sentindo-se solitárias e desamparadas.
Atitudes para apoiar
- Ligar regularmente para saber como a pessoa está, demonstrando interesse genuíno.
- Fazer visitas quando apropriado, respeitando o momento e o espaço do enlutado.
- Estar disponível para ouvir sem julgar ou interromper, criando um ambiente seguro para a expressão dos sentimentos.
- Manter contato frequente, especialmente em datas difíceis como aniversários, festas e o aniversário da perda, para mostrar que o sofrimento é reconhecido e não esquecido.
- Permitir que a pessoa fale sobre seu filho, conte memórias e expresse sentimentos sem pressa, cobranças ou julgamentos.
- Oferecer ajuda concreta com tarefas práticas, como cuidar da casa, auxiliar com outras crianças da família ou acompanhar em consultas médicas, aliviando o peso do dia a dia.
- Evitar frases feitas que minimizem a dor, como “você pode ter outro filho” ou “ele está em um lugar melhor”, pois podem causar mais sofrimento.
- Reconhecer e validar a profundidade da perda e os sentimentos do enlutado, mesmo que incluam tristeza profunda, raiva ou confusão.
- Criar um espaço de respeito e empatia onde a dor possa ser vivida e compartilhada sem pressão para “superar” rapidamente.
Perda de um bebê
Não apoiar de forma adequada pode agravar o sofrimento emocional, já que o luto é único e não deve ser medido ou comparado. Respeitar o tempo e o espaço de cada pessoa, além de estar presente, é essencial para ajudar na superação dessa fase.
Construir uma cultura de empatia e acolhimento é um desafio, mas fundamental para que essas famílias não se sintam invisíveis. O apoio social, combinado com um atendimento mais humano e informado, contribui para um luto respeitoso, reduzindo o impacto emocional e promovendo a saúde mental.