Em diversas cidades brasileiras, foram estabelecidas leis que preveem situações inusitadas, como a proibição do consumo de melancia, a criação de pistas de pouso para possíveis visitas extraterrestres e a imposição de multas por erros de português em materiais publicitários. Embora muitas dessas normas nunca tenham sido aplicadas ou já tenham sido revogadas, elas se destacam pela falta de embasamento técnico e pela natureza excêntrica de suas propostas.
Essas leis revelam a criatividade, ou até mesmo a impulsividade, dos legisladores municipais, que, em alguns casos, tomaram decisões com base em necessidades locais, medos populares ou respostas exageradas a problemas reais. No Brasil, essas iniciativas reforçam a ideia de que o inusitado muitas vezes ultrapassa a imaginação, colocando o país como um lugar onde a realidade pode superar a ficção.
Leis bizarras do Brasil
- Proibição da melancia – Rio Claro (SP):Em 1894, uma lei local proibiu o consumo de melancia, sob a justificativa de que a fruta transmitiria doenças como febre amarela e tifo.
- Guerra aos formigueiros – Rio Claro (SP): Em 1965, moradores foram proibidos de manter formigueiros em casa ou terrenos. A infração resultava em multa conforme a Lei nº 967.
- Pista para alienígenas – Barra do Garças (MT): Em 1995, a cidade aprovou a criação de um “Discoporto” destinado ao pouso de naves espaciais. O projeto nunca saiu do papel, mas a lei segue vigente.
- Venda de preservativos proibida – Bocaiúva do Sul (PR): Um decreto de 1997 proibiu a venda de preservativos por 24 horas, em uma tentativa de aumentar a população local. A medida causou revolta e foi revogada rapidamente.
- Multa por erro de português – Pouso Alegre (MG): Uma lei municipal de 1997 previa multa de até R$ 500 para quem cometesse erros gramaticais em faixas, cartazes e outdoors.
- Letra legível obrigatória – Sorocaba (SP): A legislação exige que médicos escrevam de forma compreensível em receitas e prontuários. Prescrições ilegíveis podem ser denunciadas.
- Minissaia proibida – Aparecida (SP): Em 2007, a prefeitura tentou proibir o uso de minissaias. A tentativa fracassou e rendeu ao prefeito o apelido de “Zé Louquinho”.
- Fenômenos naturais vetados – Aparecida (SP): Em uma resposta irônica à cobrança por soluções contra enchentes, a cidade tentou proibir chuvas, raios e trovões.
- Máscaras vetadas no Carnaval – São Luís (MA): Em 2009, foi proibido o uso de máscaras durante o Carnaval como forma de combater crimes. A medida gerou controvérsia.
- Proibição de nomes humanos para cães – RS: Um projeto de lei no Rio Grande do Sul buscou impedir que cães recebessem nomes de pessoas, para evitar constrangimentos.
- Uso correto de mochilas – Rio de Janeiro (RJ): A Lei nº 5.292 de 2011 obriga os cidadãos a carregar mochilas na frente do corpo em locais públicos, com o objetivo de evitar acidentes.
- Dia dos Ouvidores de Vozes – Ribeirão Preto (SP): Em 2021, a cidade criou oficialmente o “Dia dos Ouvidores de Vozes”, em apoio a pessoas que convivem com alucinações auditivas, promovendo o combate ao estigma