A incontinência urinária é um problema mais comum do que se imagina, embora ainda seja pouco discutido. Estima-se que aproximadamente 5% da população brasileira – o equivalente a mais de 10 milhões de pessoas – sofra com algum grau dessa disfunção. A prevalência aumenta com a idade, especialmente entre as mulheres: segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), quase metade das brasileiras e 15% dos homens com mais de 40 anos convivem com a condição.
Uma pesquisa feita em uma clínica-escola de fisioterapia em São Paulo reforça esse cenário. Entre 35 mulheres avaliadas, 62,86% relataram episódios de incontinência urinária, sendo o tipo de esforço o mais frequente – caracterizado por perdas ao tossir, rir ou praticar atividades físicas. A média de idade das participantes era de 44,9 anos, e a maioria apresentava sobrepeso ou obesidade. Gestações múltiplas e partos vaginais também foram identificados como fatores comuns entre as mulheres afetadas.
Tratamentos para a incontinência urinária
A incontinência urinária afeta significativamente o bem-estar emocional e social, abalando a autoestima e gerando constrangimentos – especialmente em ambientes públicos. Por isso, quem convive com a incontinência urinária costuma buscar alternativas que ajudem a amenizar os sintomas e a retomar a qualidade de vida. O tratamento pode seguir diferentes caminhos, dependendo do tipo e da gravidade da condição.
- Fisioterapia pélvica – Consiste em exercícios voltados ao fortalecimento do assoalho pélvico, sendo indicada principalmente para casos de incontinência de urgência, mas também eficaz em quadros de esforço. O acompanhamento profissional é essencial para garantir a eficácia.
- Medicamentos e ajustes no estilo de vida – Fármacos podem ser utilizados sozinhos ou em conjunto com a fisioterapia, principalmente em situações de bexiga hiperativa. Mudanças como evitar café, chás diuréticos, cigarro e optar por exercícios de baixo impacto ajudam no controle da condição.
- Cirurgia – Recorre-se a intervenções cirúrgicas quando os métodos conservadores não surtem efeito, especialmente em casos de incontinência por esforço ligada a lesões. Pode incluir a aplicação de uma fita de sustentação (sling) ou outras técnicas, conforme avaliação médica.
Lillian de Oliveira, CEO da Malana Eco, ressalta que o cuidado com a incontinência vai além do consultório. Ela defende o uso de vestuário funcional e tecnologias discretas como aliadas para garantir autonomia, conforto e dignidade às mulheres, reforçando a importância da informação no processo de autocuidado.