Desgaste Natural

Existe?

Por Gilsara Mattos Côrtes

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Foto:  Verdan Papikan – Unsplash

Hoje em dia ouve-se muito falar em final de relacionamento por  “desgaste natural”.

Isso pode acontecer sim, claro. Até objetos têm desgaste natural, pois com o tempo as coisas tendem a deteriorar. 

Contudo, isso acontece se não houver dedicação em cuidar.

Existe também o fato de muitas vezes as pessoas se envolverem em um relacionamento por impulso, por receberem o carinho e a atenção que precisam receber  naquele momento. 

Então quando param de receber o amor que precisam, o relacionamento  acaba, pois entraram para receber e não para doar.

Casamento não é pra quem quer só receber. 

É uma sociedade fifty/fifty.

Redes sociais têm mostrado animais sendo elogiados pelo amor que dão, com legendas de que os animais são superiores aos seres humanos. Isso não é verdade. Eles apenas demonstram amor sem analisar.

O amor dos animais é lindo, mas o amor que as pessoas são capazes de dar é muito superior ao dos animais. 

A diferença é que animais não exigem perfeição, apenas doam. Entâo você só recebe este amor, sem ter que mudar nada em si mesmo. 

E isso, é claro, te deixa numa enorme e constante zona de conforto.  E isso na verdade  não é bom porque não crescemos. É importante se esforçar para deletar de si os defeitos que te impedem de evoluir. E isso, é claro, será bom para você e para o seu cônjuge.  Um outro fato que difere pessoas de animais é que pessoas têm muita dificuldade de demonstrar amor por medo de rejeição,  críticas ou inferiorização e isso acontece geralmente porque foram  magoadas, ou por baixa autoestima.  

Uma outra postagem mostrava um gato afastando delicadamente com a sua patinha, o celular de diante dos olhos de seu dono, para receber a atenção desejada. Quantas pessoas têm coragem de fazer isso? Pessoas são tímidas, enquanto que os animais, não. Agem seguindo as próprias vontades. Nós devemos mesmo frear nossos instintos, sermos civilizados, mas qual é o limite do limite?

Se ama, demonstre. Não fique esperando que só o outro faça isso. Jogue fora o orgulho, o medo de parecer ridículo, carente. A timidez e qualquer outro sentimento que te impeça de demonstrar o amor que você  sente pelo outro, faz com que os animais pareçam melhores. Mude isso. Faça surpresas,  declarações de amor, gentilezas… Namore! Não pare o namoro porque se casou. Fique bonito/a para o seu cônjuge. Para o seu cônjuge. Não para o resto do mundo. Quem sabe, o seu cônjuge fica tanto no celular,  exatamente porque não se sente amado?

Apenas demonstre que ama seu cônjuge. Isso cultiva o amor. 

Demonstre seu amor sem reservas, sem autocríticas, sem exigir perfeição de si mesmo e do outro para conseguir fazer isso, e corresponda à demonstração do outro por você. 

Seja receptivo. Pare tudo e receba aquele beijo, aquele carinho, aquele olhar, mesmo em meio ao furacão de tarefas do dia a dia. 

Eu, por exemplo, já tirei meu cônjuge para dançar no meio do supermercado porque tocou a “nossa música”. E ele achou ótimo. 

O castelo sempre estará onde você o fizer estar. 

Não fique esperando o momento perfeito ditado por regras. O momento perfeito é ditado pelo coração. Siga-o. Desamarre-o! Viva o amor. Receba e doe amor. Dedique-se ao outro. Sejam parceiros. E nunca haverá desgaste.

 

 

Gilsara Mattos Côrtes

Gilsara Mattos Côrtes

Criadora do curso “Felizes para Sempre, Existe!”, Gilsara Mattos Côrtes é  terapeuta pela IBFT, e pretende levar aos casais a felicidade conjugal das telas de cinema, esta almejada realidade para as suas vidas. Em sua coluna, vai compartilhar dicas que os leve a trilhar o caminho até este objetivo, retirando dele as ervas daninhas que o torna cheio de dissabores e desencontros. O casamento é como uma dança, que deve ser agradável para ambos enquanto desfilam no grande baile que é a vida. O objetivo da coluna é mostrar como acertar o passo, se afinar ao outro, dançar no mesmo compasso e se divertir com esta dança extasiante chamada casamento. É também publicitária, palestrante e autora de livros e roteiros para cinema.

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