Em má hora

Por Leandro Mazzini

A operação Edema, do MPF, que resultou no afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), acertou em cheio os planos de Lula da Silva (PT). O presidenciável tem viagem marcada para o estado amanhã, mas seu staff avalia cancelar, para não associar a imagem do petista ao governador enrolado com a Polícia Federal. É tudo o que o presidente Jair Bolsonaro (PL) quer: associar Dantas, Renan Calheiros (seu padrinho na disputa) e Lula à corrupção no Nordeste. A Coluna tem divulgado há dois meses a investigação da PF, que se arrasta desde 2018, e que se concretizou em nova fase. Dantas é investigado por suposto desvio de R$ 54 milhões por “rachadinha” (esquema de repartição de salários de servidores) na Assembleia Legislativa, quando deputado estadual em 2017. Seus aliados e Renan apontam motivação eleitoral na operação da PF, em razão de a investigação não ser fato novo e surgir às vésperas do 2º turno. Dantas disputa contra Rodrigo Cunha (UB), aliado do presidente da Câmara dos Deputados, o bolsonarista Arthur Lira (Progressista).

Segue a lista

Os mais cotados já, hoje, para 2026 à Presidência começam a aparecer nas rodinhas do poder: Romeu Zema, Geraldo Alckmin, João Doria Jr, Sergio Moro. Outra que corre por fora como possível candidata a presidente é a senadora eleita Damares Alves. Será o plano da direita caso Tarcísio de Freitas não emplaque em São Paulo – ou não convença como governador eleito. Damares surpreendeu pela desenvoltura na campanha ao deixar em casa Flávia Arruda com todo o poder do voto do marido José Roberto no DF.

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Despreparo

O jatinho Learjet 75 que derrapou na pista do Aeroporto de Congonhas após furar o pneu é da Supermix, empresa de concretagem, que tem sete sócios. Acidentes acontecem na aviação, por variados fatores. O que a Infraero não explicou até agora é por que demorou nove horas para retirar a aeronave da pista de taxiamento. Foi má vontade ou despreparo – nos dois casos, erro grave, que reforçou o discurso de privatização pelo Governo. Ainda ontem tinha gente sofrendo com voos atrasados.

De acordo com a Infraero, em nota à Coluna, “O atendimento desta ocorrência foi realizado em conformidade com o Código Brasileiro de Aeronáutica, o Plano de Emergência em Aeródromo e demais requisitos aeronáuticos aplicáveis. A Infraero acionou imediatamente a proprietária da aeronave para remover a aeronave envolvida, tendo, ainda, no dia seguinte, formalmente a notificado para as devidas explicações quanto à demora. A Infraero seguiu todos os procedimentos de precaução exigidos para o caso concreto, evitando assim danos e riscos maiores.

Têxtil avança

As exportações do setor têxtil cresceram 20,86% de janeiro a agosto deste ano, atingindo a marca de US$ 804 milhões, comparadas ao mesmo período de 2021, quando o setor arrecadou US$ 665 milhões. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, os principais destinos foram Argentina, Paraguai, Estados Unidos, Colômbia e Uruguai. Destaque para vestuário, que cresceu 33%.

Gás no interior

O “Projeto Centro-Oeste” da Gasmig vai levar gás à região Oeste de Minas Gerais com investimentos de R$ 780 milhões. As primeiras cidades a receber o gás natural com ampliação do gasoduto em até 300 km serão Betim, Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Juatuba, Mateus Leme, Itaúna e Divinópolis. A implantação se dará em etapas, com início de obras no 2º semestre de 2023, com geração de 15 mil empregos.

Cofres do Cerrado

Goiânia (GO), Rondonópolis (MT) e Campo Grande (MS) foram as três cidades do Centro-Oeste que mais investiram em 2021, segundo ranking da Frente Nacional de Prefeitos. A capital de Goiás (1,5 milhão de habitantes) registrou R$ 334 milhões. Em 2º lugar surge Rondonópolis (239 mil habitantes), com R$ 263,7 milhões investidos; e Campo Grande (916 mil habitantes) em 3º com investimentos de R$ 218,5 milhões.

Jornalismo

Necessária, provocadora, instigante e um soco na hipocrisia da cegueira eleitoral a capa de “O Dia”, do Rio, mostrando o discurso contraditório daqueles que até pouco tempo atacavam Lula e o PT, e hoje se aliam ao candidato na cara de pau. Mostra que o país ainda sucumbe a projetos de poder pessoal ou partidário, e não há projeto de Estado. O mesmo ocorre com quem abraça Bolsonaro e antes torcia o nariz para ele.

 

Leandro Mazzini

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