A Polícia Federal já identificou pelo menos dez grandes empresários do agronegócio e fazendeiros, segundo uma fonte da Coluna, que financiaram a viagem de manifestantes que promoveram o vandalismo nas sedes dos três Poderes em Brasília. A maioria é de estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Um renomado advogado criminalista de Belo Horizonte foi contratado a peso de ouro pelo grupo para suas defesas. Além do risco de prisão, alguns deles temem perder o visto norte-americano permanentemente, e serem obrigados a vender seus imóveis na Flórida. Outra preocupação latente é a curto prazo: temem perder os financiamentos de bancos estatais como BB e financiamentos do Governo federal, a depender do teor da futura sentença judicial depois que forem indiciados pela PF e processados no inquérito comandado no STF pelo ministro Alexandre de Moraes. Eles alegam que não sabiam que a viagem terminaria com aquelas invasões e vandalismo.
Desafio de Tarciana
O Conselho do BB votará o aceite ou recusa ao nome de Tarciana Medeiros. Ela é de carreira, mas nos corredores, fontes indicam duas situações que pesam contra: ela “queimou” etapas de praxe para a ascensão ao topo, não passou por grande diretoria e precisa de notório saber, conforme estatuto da instituição. Na primeira semana de janeiro ela e uma conselheira do fundo Black Rock, Rachel de Oliveira Maia – o maior fundo do mundo, sócio do BB – fizeram agendas conjuntas para visita a outros conselheiros. Tarciana é apadrinhada da deputada Érica Kokay e de Gleisi Hoffmann.
Múcio na fritura
Tem gente dentro do próprio Governo fritando o ministro José Múcio, da Defesa. Na noite de terça-feira, um integrante espalhou que ele entregaria carta de renúncia. Balela. Um oficial do Alto comando das Forças Armadas contou que o presidente Lula da Silva tem 100% de confiança na competência do ministro, que está bem aceito entre militares. Múcio curtia sua aposentadoria do TCU numa fazenda em Pernambuco e não queria ser ministro. Aceitou por insistência do Barba, e pela amizade deles.
Arrumação verde
Izabella Teixeira não deve compor o Governo de Lula da Silva. Egressa da gestão de Dilma Rousseff, a ex-ministra do Meio Ambiente – uma funcionária de carreira e especialista no assunto – foi cogitada para a Autoridade do Clima. Mas até agora Marina Silva não esboçou nada sobre isso. Há informes de gente do Palácio de que o ex-deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) foi convidado para comandar o ICMBio, mas sua assessoria nega o convite. Marina segue montando o time, quieta.
Quase tragédia
Os atos criminosos de invasão e vandalismo nas sedes dos três Poderes seriam piores se a tropa do Exército, que chegou atrasada para proteger o Palácio do Planalto, não agisse a tempo. Um grupo estava tentando entrar no gabinete presidencial pulando entre janelas no 3º andar, para quebrar tudo, diante da porta blindada. No Senado, outro grupo flagrado pela PM (a que decidiu expulsar os baderneiros) iria atear fogo no gabinete do presidente Rodrigo Pacheco.
Tão longe, tão perto
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, publicou o estudo “Isolados Por um Fio: Riscos Impostos aos Povos Indígenas Isolados” no qual aponta que terras indígenas com povos isolados na Amazônia são mais ameaçadas que territórios sem a presença dessa população. Ainda segundo o levantamento, entre 2019 e 2021, seis das 10 terras indígenas que apresentaram crescimento no desmatamento possuem povos isolados.