Ultimato do Bacon manda bala com os quadrinhos nacionais de ‘Escafandro’

Por Júlio Black

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Oi, gente.

Sempre que possível, damos espaço para os quadrinhos nacionais não só pelo alto nível dos nossos roteiristas e ilustradores, mas também porque são várias as iniciativas que merecem ser divulgadas por investirem no gênero. Uma das editoras que apostam nos quadrinhos produzidos por aqui é a Ultimato do Bacon, que publica desde o ano passado, pelo selo Sobrecapa, a HQ “Escafandro”, da qual recebemos as três primeiras edições.

Inspirada nas revistas e livros pulp dos Estados Unidos, a “Escafandro” foi lançada com o objetivo de ser uma publicação bimestral de 36 páginas, com miolo em off-set e capa cartão, de baixo custo e com histórias fechadas criadas por artistas dos mais variados estilos, com histórias de terror, comédia e ficção científica, entre outros gêneros.

A primeira edição de “Escafandro” trouxe a história “Vampiro”, de Laudo Ferreira, que foi quem deu as primeiras ideias para a realização do projeto. O roteirista e ilustrador adaptou na HQ o conto de John William Polidori, uma das obras que surgiram a partir do famoso desafio feito em 1816 por Lord Byron, em que ele incentivou que seus convivas criassem histórias de terror – uma delas foi o “Frankenstein” de Mary Shelley.

Com a HQ, o público pode revisitar o conto publicado em 1819 que inspirou Bram Stoker a escrever, quase oito décadas depois, “Drácula”. Na história, um jovem inglês torna-se amigo do sedutor Lord Ruthven, que logo se mostra ser uma pessoa enigmática e desprovida de moral, que levará o protagonista a uma jornada de loucura.

O segundo e terceiros números também adaptaram outras obras literárias. Na sequência de “Vampiro” veio “O crime de Lorde Arthur Saville”, escrita por Oscar Wilde em 1891 e levada para os quadrinhos por Flavio Soares. Ela conta a história do personagem-título, que descobre por meio de um quiromante que vai cometer um assassinato. Com medo de que isso aconteça depois de seu casamento, ele decide encontrar uma vítima para não correr o risco de levar a desgraça até a futura esposa e prováveis filhos.

Mas não são apenas escritores estrangeiros os homenageados em “Escafandro”. Marcel Bartholo fez o roteiro e arte de “A vida eterna”, conto de Machado de Assis publicado pela primeira vez em 1870 no “Jornal das Famílias”, sob o pseudônimo de Camilo da Anunciação – que também é o protagonista da história. Obra não tão famosa do “Bruxo do Cosme Velho”, ela mostra o personagem principal a receber uma inesperada visita e um ainda mais inusitado “pedido” para se casar com a filha do visitante-surpresa, a despeito da diferença de idade em relação à noiva, bem mais jovem. Sem escolha, ele aceita a intimação para o casamento, que vai terminar em uma noite macabra onde Camilo vai descobrir a obsessão de um grupo de pessoas pela vida eterna.

Como a editora destaca, o leitor pode comprar qualquer as edições fora de ordem, uma vez que se tratam de tramas fechadas. O que podemos dizer é que a ah miga leitora e o ah leitor que forem espertos vão comprar todas as edições, pois além da excelente qualidade gráfica as histórias publicadas em “Escafandro” são ótimas tanto pela qualidade dos roteiros adaptados quanto pela arte, em que também precisamos elogiar o trabalho dos coloristas.

Além das três edições recebidas, a “Escafandro” publicou mais outras quatro revistas, reunindo nomes como Germana Viana, Milena Azevedo, Rafael Dantas, Luís Carlos Sousa, Cesar Filho e Jean Lins. Para as próximas edições, a Ultimato do Bacon já adiantou que elas terão os nomes de Roberta Cirne, Marcatti, Wellington Srbek, Bia Donato, Lucas Rebelo e a volta de Luís Carlos Sousa. Quem quiser garantir os próximos números pode participar das campanhas de crowdfunding que serão lançadas no Catarse; já as edições antigas podem ser adquiridas por comércio eletrônico ou em comic shops listadas no site da Ultimado Bacon, que também está no Instagram (@ultimatodobacon).

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Júlio Black

Júlio Black

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