Tribunal de Justiça de Minas Gerais decide em combate a discriminação por homofobia

Recentemente uma Faculdade de Direito de Juiz de Fora foi condenada a indenizar aluna por discriminação homofóbica.

Por Simone Porcaro

foto expulsao aluna faculdade 1
Foto: Freepik

Nesse mês de maio, diversos canais de comunicação, dentre eles a Tribuna de Minas, noticiaram que uma Faculdade de Juiz de Fora foi condenada a indenizar uma aluna que foi expulsa após ser flagrada beijando outra aluna no interior da Instituição.

Evidente que uma Instituição de ensino deve manter normas disciplinares para garantir o bom funcionamento e convívio entre os acadêmicos.

Porém, no caso noticiado pelos diversos meios de comunicação, a Faculdade adotou atitude arbitrária, pois expulsou uma aluna, estudante do Curso de Direito, sem lhe oportunizar o direito de se defender administrativamente.

A expulsão ocorreu pelo simples fato de tê-la flagrado beijando outra aluna nas dependências da Faculdade, se afigurando um verdadeiro atentado à dignidade da pessoa humana, na medida em que puniu uma pessoa por expressar sua afetividade de maneira não ofensiva.

A decisão do Tribunal Mineiro denotou que a sociedade está em plena evolução, não tendo mais lugar para a discriminação de que natureza for, pois conforme estabelece nossa Lei Maior – Constituição Federal – “todos são iguais perante a lei” (art. 5º).

Também no artigo 5º da Constituição Federal está previsto o direito à liberdade. Liberdade esta que abrange, sem sombra de dúvidas, a identidade de gênero, também protegida por normas infraconstitucionais que resguardam a inviolabilidade da intimidade, da vida privada e da honra.

Para além disso, a decisão do TJMG mantém acesa a chama da incansável proteção da dignidade da pessoa humana consagrada no artigo 1º, III da mesma Lei.

O julgado também destacou a necessidade de erradicar práticas homofóbicas e adotar condutas positivas para educar e orientar a comunidade sobre as diversas concepções de gênero e sexualidade.

Certamente essa decisão é histórica e demonstra uma grande evolução da jurisprudência dos Tribunais no tocante aos direitos de pessoas LGBTQIA+ e no enfrentamento da homofobia.

Nesse caso em especial, as advogadas do nosso Escritório de Advocacia têm a honra de ter sido instrumento para essa pequena parte da evolução da história, por ter patrocinado causa de tamanha importância para sociedade.

Fico por aqui. Até a próxima.

Simone Porcaro

Simone Porcaro

Advogada há 31 anos atuando em Juiz de Fora e em vários Estados da Federação nas áreas do Direito Civil, Direito do Consumidor, Direito de Família, Direito Público entre outras. Filósofa formada pela UFJF. Participo do quadro "Em dia com a lei" a muitos anos, inicialmente transmitido pela Rádio Solar e atualmente pela rádio transamérica.

A Tribuna de Minas não se responsabiliza por este conteúdo e pelas informações sobre os produtos/serviços promovidos nesta publicação.

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também