BBB 25: o problema da democracia

Sistema de votação deve ser revisto com urgência

Por Bernardo Marchiori*

BBB 25: o problema da democracia
(Foto: Reprodução/TV Globo)

A cada eliminação no BBB 25, fica mais complicado de entender a intenção do público. Na desta terça-feira (25), não foi diferente. Inacreditavelmente, quem deu adeus à casa mas vigiada do Brasil desta vez foi Aline, em disputa acirrada com Maike – apesar de o brother ter recebido a maior porcentagem no voto único, a sister saiu pelo voto da torcida.

No paredão anterior, a decisão do público já foi contestável. A eliminação de Gracyanne Barbosa rendeu bons momentos, como o reencontro com Belo, seu ex-marido, no palco do Domingão com Huck. Entretanto, para o jogo, foi mais uma escolha equivocada de muitas outras. Afinal, o programa ainda conta com, pelo menos, cinco plantas que pouquíssimo agregam ao entretenimento alheio, a apenas duas eliminações do top-10.

Aline vinha em uma crescente notória nas últimas semanas. Não há justificativa plausível para sua eliminação e, sobretudo, para manter Maike no jogo. Desde o início, o brother só mostrou ser bom de prova. Fora isso, sua voz, além de pouco ouvida, tem pouco (ou nenhum) impacto nas dinâmicas da casa. O resultado do paredão evidencia que o sistema democrático de votação do BBB não funciona mais.

A ideia de dividir o peso da votação entre o voto da torcida e o voto único parecia ser eficiente. Dessa forma, o fato de algumas torcidas serem mais ativas durante os paredões que outras atrapalharia menos o andamento do jogo. Contudo, claramente não foi suficiente. A produção insiste em um ideal democrático que falhou miseravelmente. Como consequência, seu produto perde valor e interesse a cada dia.

Se o interesse for manter a qualidade durante todo o programa, só há uma solução: acabar com a votação por parte do público. Sim, apenas assim o entretenimento (objetivo do reality show) será prioridade. Os participantes deveriam ser eliminados, democraticamente, a partir de um conselho de especialistas no tema. Seja por consenso ou por maioria, sairia da casa a pessoa que menos agrega à casa e ao andamento do jogo.

Aproveitando o embalo da humilhação sofrida pela Seleção Brasileira contra a Argentina, antes da eliminação de Aline, é importante considerar que o BBB é a Copa do Mundo de muitas pessoas: torcem por um brother ou sister como se fosse o time de coração. Além disso, procuram eliminar seus adversários, independente do papel no jogo, assim que possível.

Aqueles que chegam em casa, cansados após um dia de trabalho, e só querem acompanhar um conteúdo fútil, consumir um entretenimento duvidoso ou se alhear de questões sérias por um breve momento, são as maiores vítimas das pessoas que passam uma boa parte de seu dia votando para eliminar um participante e defendendo outro nas redes sociais. O povo trabalhador brasileiro merece ser feliz.

*Sob supervisão da editora Cecília Itaborahy

Bernardo Marchiori

Bernardo Marchiori

Bernardo Marchiori trabalha na Tribuna desde fevereiro de 2023 e cursa Jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora. Escreve matérias principalmente para o caderno de editorias gerais, com participação eventual em outras editorias do jornal. Já atuou na assessoria da Prefeitura de Juiz de Fora e foi bolsista na rádio da Faculdade de Comunicação da UFJF.E-mail: [email protected]: https://www.linkedin.com/in/bernardo-marchiori-da-costa/

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