Uma experiência de vida no pobre Haiti

Por Cesar Romero

Valmir de Castro Pinto 130415 enviada por Basileu GouvêaFala Quem Sabe

Uma experiência de vida no pobre Haiti

Embarcar em uma missão humanitária nunca esteve nos meus planos até receber o convite do padre Pierre, uma pessoa que tem arrebanhado multidões em nossa cidade. Foi assim que integrei o grupo composto pelo padre Pierre, padre Everaldo e a médica pediatra, Magda Condé para uma missão em Porto Príncipe, capital do Haiti.

A viagem foi cercada de expectativas dada as precárias condições de higiene e saúde que acompanhamos pela imprensa. Desembarcamos no Aeroporto Internacional Toussaint Louverture, em Porto Príncipe. Um aeroporto simples, sem ar condicionado, porém com grande fluxo de passageiros, que recebe voos de vários países da América Central e Estados Unidos. Apesar de muito policiado, minha sensação não foi de segurança.

Ao sair do aeroporto, a cidade que hoje tem uma população estimada entre 2,5 a 3 milhões de habitantes, possui poucas ruas pavimentadas e estão bastante danificadas. Redes de energia elétrica também não são comuns e quando existem não implica em atendimento, já que é muito instável. Redes de esgotamento sanitário são inexistentes, sendo o esgoto depositado em fossas sépticas ou mesmo correndo a céu aberto.

Nas casas que tive oportunidade de visitar, quartos e banheiros não tinham portas. Alguns banheiros eram improvisados na área externa, às vezes um cercado de lona. A cidade possui poucas lojas, prevalece a economia informal, repleta de ambulantes que vendem de móveis a galões de gasolina. Tive oportunidade de visitar três supermercados, dois deles de atacarejo e um com produtos finos, bebidas importadas e carnes nobres. Contudo, minha percepção é que de maneira geral, a alimentação é pobre em proteínas, sem carne bovina, leite e derivados, apenas carnes de frango e cabrito.

Apesar do país estar em uma ilha e sua capital ser banhada pelo mar, não tive a oportunidade de ver barcos de pesca ou pescado sendo vendidos. Aliás, o contato com o mar não é facilitado, uma vez que no porto, a qualidade da água é prejudicada, em outros locais há muito lixo e quando não há lixo, não há praia de areia, apenas seixos, mas a água é cristalina, como em outras praias do Caribe.

Gostaria de ressaltar o fantástico trabalho da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus desenvolvido por freis brasileiros. Naquele oásis humanitário tem escola, ambulatório médico e dentário, oferecendo atendimento para crianças e adultos. A missão tem o apoio da Cáritas do Brasil, do Exército, da FAB, e de centenas de colaboradores brasileiros. Dentre estes colaboradores anônimos cabe destacar o trabalho dos padres Pierre e Everaldo e da médica Magda Condé na busca de recursos que possam aplacar as dores dos irmãos em provações mais severas.

No retorno trouxe na bagagem a lembrança de um povo alegre, que admira o Brasil e o prazer de presenciar o amor em ação no trabalho humanitário desenvolvido na Casa São Francisco de Assis na Providência de Deus.

(Valmir de Castro Pinto é empresário e leitor convidado)

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Cesar Romero

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