Fala Quem Sabe
Uma vida entre as montanhas e o mar
Meu pai começou a empreender em Cabo Frio (RJ) nos anos 1960. Em 1989, comprou um antigo hotel onde pretendia construir mais um prédio de apartamentos. Depois, em conversa de família, resolvemos, juntamente com ele, continuar no ramo de hospedagem. Com isto já são 31 anos da Pousada Porto Fino. No começo, eu viajava a Cabo Frio somente nas temporadas para ajudar a administrar a pousada, pois não queria deixar de morar em Juiz de Fora, que sempre foi a cidade do meu coração, da minha família e dos amigos. A partir de 2001, porém, a administração da pousada começou a exigir minha presença mais constante e não tive outra opção, senão a de me transferir em definitivo para a Região dos Lagos.
Cabo Frio, quando conhecemos, era uma cidade muito simples e onde a energia elétrica faltava todos os dias. A maioria das ruas era de areia, havia dificuldade de comunicação, hospitais, farmácias, etc. Com o passar dos anos, a cidade foi crescendo, melhorando sua infraestrutura e, com isto, os turistas começaram a se interessar por ela, principalmente os mineiros e, entre estes, os juiz-foranos. Hoje, além de pessoas de todos os estados brasileiros, a pousada recebe turistas de todo o mundo, especialmente da América do Sul, com destaque para os argentinos.
Como toda cidade brasileira, Cabo Frio tem passado também seus apertos por falta de verbas públicas devido ao que todos nós já sabemos. Sua beleza natural, porém, ainda tem feito com que o turismo se mantenha. A Praia do Forte, por exemplo, com suas águas cristalinas e alvas areias, é motivo de elogio por todos que passam pela cidade, que tem sua principal propaganda nesta multiplicação “boca-a-boca”. A administração pública não investe nesta área e se o fizesse, Cabo Frio poderia ser, a meu ver, um grande polo turístico de expressão mundial e gerando milhares de empregos e receita.
E assim a minha vida segue… entre Juiz de Fora e Cabo Frio.
(Naninha Monteiro Vianna é empresária e leitora convidada)
