Domingos Delmonte: aos 96 anos, ainda vendendo sapatos

Por Cesar Romero

Domingos Delmonte Foto: Toninho Carvalho
Domingos Delmonte Foto: Toninho Carvalho

PAPO DE DOMINGO

Domingos Delmonte

Aos 96 anos, ainda vendendo sapatos

Nome dos mais respeitados no comércio de Juiz de Fora, Domingos Delmonte herdou do pai, mais do que o conhecimento de fabricar calçados, o espírito empreendedor. Com ele nasceu a rede de calçados e, mais tarde, o Del Center, primeiro complexo vertical de varejo (seis andares), com direito a elevador panorâmico. Casado com dona Maria há 73 anos, é pai de Ana Maria, Flávia, Eduardo, Eliane e João, avô de 14 netos e 11 bisnetos, “seu” Domingos, aos 96 anos, ainda não deixou o trabalho. Diariamente, ele bate ponto na Delmonte 388.

CR- Não se pode falar sobre a história do comércio, notadamente de calçados em Juiz de Fora, sem citar o nome Delmonte. Como foi o início dessa história de sucesso?
A história começou há 96 anos com meu pai na Rua Mariano Procópio, 1.510. Além de herdarmos o conhecimento de fabricarmos calçados e empreendedorismo, herdamos também a preocupação de bem atender os fregueses, com a garantia de qualidade e prestar um bom serviço.

– Além do trabalho, qual foi a fórmula para montar as lojas Delmonte?
Juiz de Fora nos acolheu com o coração aberto. Vimos a necessidade de oferecer em troca o que tínhamos de melhor, a ideia de estender nossas atividades para outros ramos despertou a necessidade de abrirmos mais unidades e assim fizemos.

– Como surgiu a ideia de construir o Del Center e o que significou o arrojado empreendimento? E depois o Central Shopping?
O Del Center surgiu de um sonho, na época o grande momento do comercio gravitava em torno das lojas de departamento, aproveitando a oportunidade, fizemos de Juiz de Fora um marco do comercio de varejo para toda Minas Gerais. O Central Shopping – hoje, Central Hall – seguiu o mesmo norte, aproveitando a localização, criamos um lugar de compras com maior conforto.

– Até hoje, aos 96 anos, o senhor é visto diariamente no balcão da Delmonte, 388 – primeira loja do grupo. Qual o segredo de tanta energia?
Não há segredo e sim o prazer de fazer o que gosta, saber fazer, sonhar e agradecer a saúde que me proporciona concretizar meu idealismo.

– Como surgiu a ideia, pioneira na cidade, de pagamento mediante carnês?
A venda no crediário, foi uma criação de nosso pai, vendas extras anotadas em um livro conta corrente, aplicadas e dinamizadas pelos herdeiros.
Minha loja foi uma das primeiras do Brasil a ter o crediário com carnê, aproveitando a ideia de meu pai e dinamizando. Ainda tenho como lembrança livros de conta corrente de 60 anos passados com nome de fregueses.

– Um dos ícones do empreendedorismo bem sucedido em Juiz de Fora, o senhor deve ser uma pessoa realizada… ou ainda gostaria de ter feito mais?
Gostaria… gostaria muito, ainda converso com meus filhos o quanto poderíamos ter feito e o quanto deixamos de fazer.

– Vender sapatos hoje ou em outubro de 1943, quando foi inaugurada a Delmonte 388, qual a diferença?
Tanto em 1921, quanto em 1943 e hoje a venda de sapato é resultado de mercadoria boa, bom preço e respeito ao consumidor.

– A moda em calçados, como foi a evolução? E a invasão dos tênis?
O que movimenta o artigo de vestuário tanto em calcados como em qualquer outro item é a novidade, a moda é imperativa, ela alavancou e sempre estará alavancando a evolução da mesma.

Hoje, temos muito mais ofertas visando itens primordiais em função da própria modernidade, materiais novos, cores novas enfim uma série de acessórios que não tínhamos no início e nem como fabricá-los.

O tênis foi um divisor dentro do setor calçadista, criou uma facilidade que era muito restrita; junto ao conforto e a praticidade, hoje ele é um nicho à parte.

– Como foi, cronologicamente, o crescimento das lojas?
A primeira loja e matriz, por muito tempo foi a Delmonte 388, em seguida, fizemos a Delmonte Avenida, situada na Av. Rio Branco, onde hoje funciona o Central Hall. Logo após fizemos a Delmonte 2001, sequencialmente temos Arpel, Del Center, Arpel Homem, Del Lar Avenida, Del Esporte, Del Lar Getulio Vargas, Del Lar Santa Rita, Centopeia, JD calçados, Florense Móveis, Delmonte Manoel Honório.

– E sobre sua experiência na incorporação imobiliária?
Não foram tantos empreendimentos o quanto gostaria de realizar, mas se justifica, porque o comercio é um ramo de atividade que absorve muito e se você não se dedica 100% corre o risco de não fazer nem uma coisa bem e nem outra. Fizemos empreendimentos imobiliários focados em nossa atividade fim, com algumas experiências em imóveis residenciais.

Ping pong

Religião: católica

Um sonho: ser tataravô

Lazer: ouvir música e ver filmes

Ator: Marlon Brando

Atriz: Ingrid Bergman

Momento pessoal: pensar no que posso realizar

Prato preferido: frutos do mar

Cantor: Roberto Carlos

Cantora: Maria Bethânia

Maior alegria: quando realizo com êxito aquilo que me proponho a fazer

Viagem inesquecível: onde houver mar

O que dá prazer ao senhor: trabalhar e estar com a família

A Juiz de Fora de ontem e de hoje: ontem você saía à rua conhecia e cumprimentava quase todos, o comercio era só de juiz-foranos. Hoje, para a satisfação dos habitantes a população cresceu, o mercado de trabalho é amplo e a parte da saúde e dos estudos sofreu um crescimento benéfico, que trouxe muita motivação e alegria a seus habitantes.

Ideia de felicidade: é a união da família.

Uma frase: “A todos que comigo conviveram, e os que ainda convivem, obrigado e que Deus os proteja”.

JF POR AÍ

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Joannyria Teixeira
Joannyria Teixeira

FALA QUEM SABE

Os desafios e a fé de quem viveu a advocacia

Não foram poucos os desafios profissionais que enfrentei ao longo dos meus 70 anos de idade e mais de 32 anos de profissão. Recordo com nostalgia dos árduos, mas charmosos anos de Defensoria Pública, em que cheguei ao posto de coordenadora, o que me fez receber o título muito honrado de “Advogada do povo”. Vivi várias lutas jurídicas e políticas, venci algumas, perdi outras, no entanto, ao final, trago em mim a certeza que combati um bom combate, já que acreditei nos meus sonhos e no ideal de proporcionar justiça ao povo. Aposentei-me, mas continuo como operadora do Direito, lutando e acreditando na Justiça, mesmo diante do cenário político conturbado que nosso país enfrenta.
Afirmo aqui que a advocacia é a melhor de todas as profissões, um real o desafio, que somente os fortes podem enfrentar. Além disso, hoje tenho um novo orgulho que é ocupar a presidência da Associação de Proteção à Guarda Mirim. Esta instituição me orgulha, pois oferece a nossa cidade a oportunidade de inserir adolescentes aprendizes no mercado de trabalho, criando novas perspectivas e expandindo horizontes para dias melhores. Finalizo agradecendo o espaço que me foi dado e, ao mesmo tempo, ratifico o compromisso de continuar trabalhando para esta sociedade que tanto amo.
(Joannyria Teixeira é advogada e leitora convidada)

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Cesar Romero

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