Salve a Festa Literária de Rio Novo
Palavras. O que fazem as palavras? Nas mãos de Drummond se transformam em poemas. Na voz de Milton se transformam nos mais belos sons. Pelas montanhas de Minas, percorrem livros que contam histórias, mudam de mãos e encontram diferentes lugares, leitores e produzem novos encantamentos. E, recentemente, elas escolheram uma de nossas cidades históricas mais bem preservadas para um pouso seguro, a bela Rio Novo.
Na terceira edição da FLIRN – Festa Literária de Rio Novo, o escritor homenageado foi o tão nosso Guimarães Rosa. Além disto, também foram comemorados os 60 anos de lançamento da maior obra do autor “Grande Sertão: Veredas”. Durante quatro dias, a cidade respirou literatura, música, teatro, cinema. Foram diversos lançamentos, palestras, encontros e atividades que promoveram o incentivo à leitura com uma organização impecável. Coube-me a alegria de acompanhar um dos autores participantes da feira, Manuel Filho, premiado com o Jabuti, que compareceu à Festa pela primeira vez. Veio lançar o livro “Um por todos, todos por um”, da Editora Paulus, que foi distribuído gratuitamente para todos os alunos da cidade.
Como não admirar a realização de um evento que tem a cultura e a educação como principais convidados? Quando bem cuidados e recebidos esses, com certeza, deixam suas marcas e mostram que a melhor forma de conquistar o conhecimento é mesmo virando páginas e páginas de livros. Agora, as palavras estão novamente livres, viajando. O meu desejo é que encontrem pouso carinhoso e fértil em nossas paragens, transformando este estado, uma vez tão dourado, em admirável e inesgotável Minas das Letras Gerais.
Vida longa à FLIRN.
Eduardo Brigolini – colecionador de arte e leitor convidado