Coluna CR – 10-07-2016

Por Cesar Romero

 

Antônio Carlos EstevãoAntônio-Carlos-Estevão

 

Antônio Carlos da Silva Estevão, 68 anos, é natural de Ubá e descendente de portugueses e índios e da tradicional família Halfeld, por parte de mãe. Formado em administração de empresas,  acumulou experiência profissional no mercado de capitais, foi produtor rural e responde pela Comissão de Projetos Comunitários do Rotary São Mateus, há 30 anos. Em março de 2012, assumiu a presidência do Abrigo Santa Helena, e, este ano, a direção do Ceprom (para evitar seu fechamento) substituindo dona Aparecida Coelho Costa, que presidiu a instituição por quase três décadas.

 

CR – À frente de uma entidade centenária e filantrópica, quais as maiores dificuldades para manter um trabalho social de tamanha relevância?

 

Antônio Carlos Estevão:  As dificuldades são quase que comuns a todas as instituições filantrópicas: carência de recursos e pouca profissionalização das direções.

 

– Terceira idade – existe de fato uma política pública para os idosos?

–  Sim, existe uma boa política para a terceira idade. O que precisamos é adotá-la plenamente e fazer valer o que consta da legislação pertinente.

 

-Como o brasileiro convive com seus idosos? Pode-se falar numa exclusão deles no ambiente familiar?

– Infelizmente, acontece o tempo todo e nas mínimas coisas: ocupação irregular destinada a eles em ônibus e nas vagas de estacionamento, além da ausência ou pouca afetividade familiar e, às vezes, abandono e agressão física. Este é um problema sensível, não só no Brasil, como em outros países. A vida competitiva de hoje esvazia as casas logo pela manhã, pois os pais trabalham e filhos estudam/ou trabalham. Assim, quando o idoso adoece, existe grande dificuldade em cuidá-lo, restando, na maioria dos casos, o abrigo em instituições filantrópicas. No ambiente familiar, em muitos casos, suprindo ou complementando a renda familiar, pouco restando para ele próprio.

 

– Qual a atual realidade do Abrigo Santa Helena?

– O abrigo há muito funciona redondinho. Paga seus funcionários, fornecedores, prestadores de serviço e tributos, sempre em dia. Possui todas as certidões negativas necessárias e alvarás, inclusive da Anvisa. Isto não quer dizer que não existam dificuldades. Elas existem e muito, pois a receita é bem menor que as despesas e, por vezes, a receita não ocorre no prazo devido. A maior dificuldade é o custeio com o pessoal, que corresponde a 80% dos gastos mensais do abrigo, hoje com 80 funcionários ativos. E não há como diminuir o quadro porque para cuidar de gente, como gente, é preciso de gente. A comunidade de Juiz de Fora é sempre pródiga com o abrigo e a Providência Divina que a encaminha até nós.

 

– O abrigo tem algum projeto de ampliar seu atendimento?

– O abrigo tem projetos a curto, médio e longo prazos. De imediato a proposta é acabar (ou reduzir) o déficit financeiro mensal, com o corte de despesas e lançamento de carnês de contribuição (R$ 20, 30, 50 ou 100, mensais). Da mesma forma está em fase de estudo o lançamento do troco solidário/responsabilidade social. Ainda entre nossas metas, está a reforma dos pavilhões masculino e feminino e da portaria e conseguir recursos da ordem de R$ 250 mil para a construção do solário e nova lavanderia. Também nos planos a restauração do prédio da administração, que tem 122 anos e o projeto de hotelaria/ILPI/Centro Dia particular, que vai gerar recursos para a manutenção da filantropia.

 

– Com sua experiência profissional na área econômica, por que a economia brasileira chegou a este momento de estagnação?

–  A crise é o resultado de inúmeras ações: imprevisão, escolha de projetos errados, gastos sem medida no país e no exterior, acreditando que o período de exuberância ia durar para sempre. Só tenho dúvida qual dos males é maior: a incompetência ou a corrupção.

 

– Você acredita numa recuperação econômica dentro de quanto tempo?

– Acredito numa melhora da situação, se pararmos de errar tanto, até 2019. Todavia, os reflexos  do descontrole ainda nos acompanharão por longos anos, talvez décadas.

 

 PING PONG

– Principal virtude: a emoção

– Música preferida: “Trem das Onze” ( Demônios da Garoa)

 – Ator: Paulo Gracindo

– Atriz: Fernanda Montenegro

– Signo: Câncer

– Prato predileto: bacalhoada

– Um livro: “Paulo e Estevão”

– Time de coração: Flamengo

 – Papa Francisco: um exemplo de humildade, serviço  e amor.

– Viagem inesquecível: a Nova York, onde assisti a missa na Catedral de Saint Patrick e na Igreja de Saint Thomas Church, na 5ª Avenida

– Melhor momento: o atual (realmente é a melhor idade)

– O que detesta: ingratidão (infelizmente todos somos, em algum grau)

– Amizade: é a parente mais próxima do amor, com uma vantagem, é mais resistente e duradoura.

Solidariedade: devemos ter, na medida de cada um

– Envelhecimento: na sabedoria Divina, toda fase da vida tem um encanto e envelhecer é muito bom.

– Uma frase: “Não faça aos outros o que não quer que lhe façam.”

Cesar Romero

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