Fala Quem Sabe: É possível, sim, viver da arte

Por Cesar Romero

WhatsApp Image 2019 05 03 at 12.52.40Fala Quem Sabe

É possível, sim, viver da arte

Iniciei minhas atividades artísticas aos 11 anos, com desenho em Valença (RJ), minha cidade natal. Desenhos e pinturas eram a distração do menino que ainda descobriria seu dom. Depois passei a frequentar Volta Redonda e Barra Mansa (RJ), onde tive contato com outros artistas. Foi uma experiência enriquecedora para a minha formação. Além da pintura, dividia o tempo com outras atividades. Próximo da minha casa tinha uma fábrica de imagens de gesso e vassouras, onde eu trabalhava. Com o dinheiro, eu conseguia viajar.

Aos 15 anos, fiz minha primeira exposição individual de pinturas e em 1993, com 17, ganhei o primeiro prêmio, no Museu de Arte Moderna de Resende (RJ). A exposição de um artista menor de idade, naquele espaço cultural, era algo inédito na época. Até então as obras expostas pertenciam somente a artistas com mais idade e já consagrados.

Certo do que eu queria, fui aprovado no vestibular de Artes Visuais pela UFJF e, ainda na faculdade, tive meus trabalhos expostos fora do país, na Fundação Caloustre Gulbenkian, em Lisboa, por ocasião do congresso “Brasil-Portugal: Memórias e Registro” em comemoração dos 500 anos do descobrimento. Em 1999, depois de uma viagem à Europa, comecei a procurar um local para a instalação do meu ateliê, que só ficou pronto três anos depois. A Hiato é um espaço inspirado em referências europeias, é uma casa/ateliê que possui vitrina, galeria de arte, oficina de artes visuais e meu escritório.

Ao longo da minha carreira, admirei o trabalho de vários artistas. No início, Castangneto, Georgina Albuquerque e Eliseu Visconti me chamavam atenção pelo cromatismo, num momento em que eu me dedicava à figuração. Mais tarde, me encantei com a visceralidade de Antoni Tàpies e a materialidade de Nuno Ramos, José Bechara e Carlos Vergara. A obra de Daniel Senise instiga-me pelo partido arquitetônico tão evidenciado em seus trabalhos. Atualmente, valorizando os aspectos gráficos, vejo interessantes aspectos na produção de Jesus Soto e Leon Ferrari. Isso evidencia o meu gosto eclético e em constante mutação.

Quanto me perguntam se é possível viver de arte, digo que sim, mas também sou professor universitário e coordenador da Hiato.

(Petrillo é artista e leitor convidado)

Cesar Romero

Cesar Romero

A Tribuna de Minas não se responsabiliza por este conteúdo e pelas informações sobre os produtos/serviços promovidos nesta publicação.

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também