Fala Quem Sabe: Sapucaí: uma emoção inesquecível
Entrei pela primeira vez na quadra da Mangueira em 1991, para assistir ao show do Tom Jobim, que fez nascer a música Piano na Mangueira.
Ainda era apenas uma espectadora dos desfiles da Sapucaí, aonde vou desde 1985. Falhei apenas no ano em que estava grávida.
Antes de me tornar a mangueirense que sou, torci muito pela Beija-Flor, porque tinha um tio querido que fundou a escola. Desfilei na Portela, na União da Ilha e na Mocidade. Até que um dia, desfilei na Mangueira e me apaixonei pela escola. Lá se vão 21 anos!
Desfilo sempre com a mesma chefe de ala – Nilza Dória, uma das baluartes da Estação Primeira, e de uns anos para cá, ajudo na organização da ala na avenida. Eu e meu marido, Dorival, frequentamos a escola mesmo fora do Carnaval. Lá, fizemos grandes amigos! E aprendemos com eles que “a vida não é só isso que se vê. É um pouco mais”.
Aquele momento que antecede a entrada na avenida parece feito de horas intermináveis. Afinal de contas, tudo o que a gente quer é entrar logo na Sapucaí. Ali, não se pode cantar o samba, tem que guardar toda a energia para o desfile.
Quando você vira a esquina da Presidente Vargas para entrar no Sambódromo e se depara com aquela muralha de gente no setor 1, não dá para segurar a emoção: esse é o melhor momento. São os 20 minutos mais intensos que podemos viver no ano. Desfilar na Mangueira é uma emoção tamanha que não consigo traduzir em palavras!
(Maria Luiza Barbosa Pinto é ‘designer’ de interiores e leitora convidada)
Eles Acontecem
‘Paella’ na Confraria do Vinho
Para celebrar a marca de 2.500 rótulos diferentes degustados desde março de 2009, integrantes da Confraria do Vinho do Clube do Papo foram recepcionados por Eliana e Luiz Fernando Reis, no Granville. No cardápio, uma super “paella” de frutos do mar, magistralmente preparada pelo ‘chef’ Salvatore Imbroisi.
A tarde, regada a grandes espumantes, brancos e tintos leves, contou com as presenças de Ricardo Simas, Sebastião Miranda, Mário Vieira de Siqueira, Jorge Sanglard, Salvatore Imbroisi, Luiz Fernando Reis, Marco Aurélio Siqueira, João Evangelista Miranda e Wanderli Alves Monteiro (foto).
Também presentes na movimentada tarde, Luiz Carlos Andrade, Luiz Carlos Bertges, Alexandre Rezende, Lula Dantas, Marcelo Reis, Ângelo Barbetos, José Esteves, Mateus Esteves, Renato Dárcio Camilo, Alberto Aloizio, José Geraldo Teixeira, José Lúcio Fernandes, Fernando Camarota, Eduardo Miguel, Fernando Almeida Reis e Luiz Felipe Reis, Mônica Dantas, Stela Bittencourt Camilo, Ciria Abdo Lacerda Monteiro, Teresinha de Paiva Andrade, Leda Reis Nunes de Miranda, Mery Aparecida Salgado Miranda, Mônica Miguel, Valéria Almeida, Regina Schröder Teixeira, Adriana Simas, Valéria Cruz e Jordana Almeida.
A propósito, foram degustadas 31 garrafas, que passam a integrar o rol da Confraria.
Papo de Domingo
Elinélia Jucá e Mello
Ela viveu o esplendor e o charme do Carnaval
Uma das maiores expressões dos bons tempos do Carnaval de Juiz de Fora, Elinélia Jucá e Mello, desfilou em quase todas as escolas de samba, mas suas preferidas eram a Turunas do Riachuelo e Unidos do Ladeira, dos grupos grupo 1 e 2 respectivamente. Segundo faz questão de destacar, viveu “uma época de esplendor e charme” daquele que chegou a ser considerado, no final da década de 1970, o segundo melhor carnaval do País, merecendo, inclusive, destaque
na mídia nacional.
Artista plástica, Elinélia se lembra de que formavam o primeiro grupo, as escolas Turunas do Riachuelo, Juventude Imperial, Partido Alto, Feliz Lembrança e Unidos dos Passos que desfilavam domingo e terça. No segundo grupo, com desfile no sábado e segunda feira, estavam a Unidos do Ladeira, Manoel Honório, Real Grandeza e outras.
CR- Você viveu os melhores momentos do Carnaval de Rua de Juiz de Fora. Que lembranças têm?
– Como os desfiles eram dois dias, o segundo dia era sempre o melhor, porque eram enxertadas com alegorias, carros e passistas do Rio de Janeiro.
– E a rivalidade entre as escolas?
– Uma disputa alegre, sem brigas. Havia respeito entre as escolas. Fantasias lindas, excelentes músicas, cantando divinamente seus enredos.
– Para você, quem foram os grandes nomes dos desfiles de Juiz de Fora?
– Gostaria de citar nomes, de pessoas lindas que desfilaram e trabalharam para embelezar e engrandecer os antigos carnavais, mas como não conseguiria lembrar de todos(as), vou citar um grande folião: Júlio Zanini!
– E hoje, Juiz de Fora ainda tem Carnaval?
– Hoje em dia, os blocos são bons, mas não têm a organização das alas e o comprometimento da disputa. O que se vê nas ruas são pessoas procurando uma forma premente de brincar, de se divertir, de sambar… Não conseguindo, acabam por exceder na bebida tentando “extravasar” alegrias e tristezas contidas. Uma pena, pois um Carnaval equilibrado é uma grande “terapia”.
– Qual a sua sugestão para o Carnaval voltar aos bons tempos?
– Seria preciso um maior esforço dos órgãos de turismo, lazer e cultura para que funcionassem com precisão, em um local pré-determinado, que pudesse ser usado o ano inteiro, com eventos para angariar fundos, destinando a verba os para patrocinar o Carnaval. A falta de Carnaval é um empobrecimento para a cidade em todos os sentidos: comércio, hotelaria, restaurantes…Se a festa voltasse como nos velhos tempos, com suas grandes escolas, seria um salto grande para alavancar o turismo em Juiz de Fora.
– Escola de samba: Mangueira
– Folião: Jorge Schuery
– Samba enredo: Exaltação ao Rio São Francisco (Unidos dos Passos)
– Melhor carnaval: Turunas, ano da homenagem a Dalva de Oliveira.
– Viagem inesquecível: Doha (Qatar)
– Livro: O Catador de Conchas
– Escritor: Dan Brown
– Ator: Richard Gere
– Atriz: Julia Roberts
– Filme: Green Book
– Sobremesa: bolo pão de mel com cobertura ganache de chocolate meio amargo.
– O que me irrita: falsidade
– Momento mágico: nascimento
– Uma frase: Viver e ser feliz.
JF Por Aí…