Síndrome da Impostora: o que é e porque as mulheres são as mais impactadas

A Síndrome da Impostora não é um assunto novo, mas passou a ter mais visibilidade, principalmente, após personalidades influentes passarem a falar de maneira mais aberta sobre

Por Marcelle Larcher

Em algum momento da sua vida, principalmente em termos de carreira, você já teve a sensação de que não merece estar em determinado lugar ou de que é uma fraude?

Infelizmente, esse é um sentimento que acomete muitos profissionais, em especial mulheres.

E para aquelas que passam ou já passaram por isso, saibam que este é um problema com nome e não apenas uma sensação boba.

Hoje, falaremos sobre a Síndrome da Impostora, como esse assunto tem se tornado cada vez mais discutido nos últimos anos e a importância dessa discussão.

O que é a Síndrome da Impostora?

A Síndrome da Impostora não é um assunto novo, mas passou a ter mais visibilidade, principalmente, após personalidades influentes passarem a falar de maneira mais aberta sobre, como por exemplo, a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama.

Não existe uma classificação da Síndrome da Impostora como uma doença mental, o problema é considerado uma desordem psicológica, que coincide com sintomas de transtornos como depressão, ansiedade, etc.

Quem sofre dessa síndrome têm uma tendência à autossabotagem, que se origina de uma completa distorção da própria imagem.

Para te ajudar a entender, imagine a seguinte situação: alguém que finalmente conquistou um objetivo importante na sua carreira, seja uma promoção, um novo emprego em um cargo importante ou algo que simplesmente desejava muito, mas ao invés de estar feliz e/ou orgulhosa de tamanha conquista, não se sente adequada, merecedora e acredita até que não consegue dar conta do que faz.

Isso é a Síndrome da Impostora falando, e o inconsciente distorcendo e depreciando a ponto de causar danos à saúde mental e ao bem-estar e consequentemente ao desempenho profissional dessa pessoa.  

Por que as mulheres são as mais afetadas?

A Síndrome do Impostor (a) não é exclusividade do gênero feminino, qualquer um pode sofrer com este problema, mas é um fato comprovado que as mulheres são sim as mais afetadas.

Assim como pode acontecer em outras áreas da vida, mas é muito mais comum no âmbito profissional.

Os motivos para tudo isso se apresentam em conjunto, ou seja, muitos fatores justificam esse recorte de público e lugar onde os índices da síndrome são mais altos.

Como falamos de uma desordem psicológica, claro que a personalidade e a mente da pessoa são fatores desencadeantes, mas o meio e o ambiente que a pessoa é exposta também possui grande influência.

Sabemos que o mercado de trabalho para as mulheres é uma construção histórica e social, e isso é muito relevante para que esses estereótipos de gênero contribuam para a distorção causada pela Síndrome da Impostora.

Não à toa homens em geral estão voltados a superestimarem suas conquistas e habilidades, enquanto ao contrário disso, mulheres estão constantemente sendo postas à prova por expectativas sociais.

Tudo isso contribui para este cenário que provoca a ideia de insuficiência, incompetência e demérito.  

Identifique sinais da Síndrome da Impostora

Existem sinais que podem ser observados na Síndrome da Impostora e conhecê-los é muito importante para identificá-los no dia a dia, afinal em sua maioria são sensações e comportamentos que acabam sendo alimentados com certa naturalidade.  

Autossabotagem

Como já mencionamos aqui, a Síndrome da Impostora cria uma autoimagem distorcida e isso leva com que pessoas percam boas oportunidades devido a autossabotagem que pode surgir de algumas formas, como por exemplo:

  • A dificuldade em admitir o sucesso, que causa ansiedade
  • Abrir mão de experiências e oportunidades devido à baixa autoestima que as fazem não se sentirem seguras de enfrentar um desafio, mesmo sendo capazes disso
  • Maior objeção em aceitar elogios

Sensação de não pertencimento

A crença em não ser adequado, ou não ser suficiente para estar ocupando determinada posição, cargo ou função faz com que essas pessoas acreditem que não merecem suas próprias conquistas. Isso pode causar um afastamento de outras pessoas e grupos e lugares.  

Autocrítica e autodepreciação

Ser autocrítico não é um problema até certo ponto, muito pelo contrário, pode ser uma ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento. A questão é quando isso se torna algo distorcido em relação à realidade, e de forma injusta, a pessoa passa a encontrar erros em tudo o que faz.

O que nos leva à autodepreciação, o fato de alguém não gostar das próprias características, qualidades e habilidades leva a um cenário de amargura e a sensação de fraude.

Procrastinação

Depois de tudo que já mostramos aqui, fica fácil perceber que a Síndrome da Impostora vem acompanhada da insegurança. A mesma pode desestimular que essa pessoa execute bem suas tarefas e a procrastinação pode ser uma consequência disso.

Comparação

Acima, mencionamos a dificuldade que alguém com a Síndrome da Impostora tem em enxergar pontos positivos e si e isso pode se tornar mais agravante a partir do momento que os outros lhe parecem melhores no que fazem. A comparação vai ajudar a aumentar o sentimento de insuficiência e incompetência, reforçando uma ideia distorcida de que “eu sou o único que está fazendo tudo errado e não deveria estar aqui”.

Apesar da Síndrome da Impostora não ser considerada uma doença, precisamos entender este fenômeno com seriedade. E essa compreensão e relevância do tema é importante não apenas para aquelas pessoas que possam estar passando por isso, mas pelo mercado em si, pelas empresas e seus processos de gestão.

Para isso, muito se fala na importância de uma cultura que valorize a representatividade e as lideranças femininas. Promovendo desenvolvimento profissional e equidade, principalmente posições estratégicas e de liderança.

E então, o que você achou de tudo o que falamos aqui hoje? Te convido a refletir sobre o assunto, sua relevância para o mercado e claro, a fazer uma autoavaliação e perceber se isso não acontece com você também.

CREDITOS LARCHCOMPARTILHAMARCELLE GERACAO

Marcelle Larcher

Marcelle Larcher

Marcelle é Especialista em Gestão Comportamental. Atua como Sócia e Diretora Executiva do Grupo Larch. Graduada em Psicologia e Pedagogia, MBA em Gestão Empresarial, possui Especialização em Gestão Estratégica de Pessoas e é Analista Comportamental DISC Profiler. Mentora de Líderes, possui mais de 800 hs de desenvolvimento pessoal e carreira com empresários e gestores. Empresária, empreendedora e gestora no setor educacional e organizacional, Marcelle tem mais de 15 anos de experiência em Educação Executiva, e 29 anos de mercado.

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