O voto da pessoa idosa decide uma eleição?  

"Se considerarmos que temos um potencial de mais de 100 mil votos no universo do eleitorado idoso, não haverá candidato/a que, com esse manancial de votos, perca uma eleição."

Por Jose Anisio Pitico

Em todo período de eleições municipais (estamos vivendo mais um), busco, nos vários canais existentes de participação na mídia local, levar aos candidatos e candidatas a pauta do envelhecimento de todos nós que vivemos aqui.

Percebo que efetivamente, finalizada as eleições, com os votos apurados, tudo permanece como antes em relação à falta de atenção pública destinada aos cidadãos idosos. Com ou sem eleição, as pessoas idosas continuam esquecidas. Isso precisa mudar. Sendo assim, uma leitora me abordou um dia desses na rua e me lançou essa pergunta que dá título à coluna de hoje. Eu respondi que sim. O voto da pessoa idosa ou melhor: os votos das pessoas idosas decidem uma eleição, com certeza!. O gigante está adormecido…, como gostam de dizer, alguns comentaristas.

Se considerarmos que temos um potencial de mais de 100 mil votos no universo do eleitorado idoso, não haverá candidato/a que, com esse manancial de votos, perca uma eleição. Por isso que eu penso que o voto da pessoa idosa é muito importante. É muito importante porque certamente contribui para a construção de uma nova cidade na destinação de políticas e ações públicas que estimulem cada vez mais a participação social dos mais velhos e também contribua, desde já, o quanto antes, para a educação da cidade para o seu próprio envelhecimento.

As pessoas idosas, sobretudo, aquelas que estão bem de saúde, e são a maioria, devem comparecer às seções eleitorais.Votem!.. Acompanhem o desenvolvimento da campanha eleitoral que já começou, começou semana passada. Participem dos debates. Levem até o seu candidato ou a sua candidata as suas expectativas, ideias para a campanha, suas sugestões de ações públicas. Promovam pequenas reuniões. A novidade desse processo eleitoral pode estar na presença maciça dos eleitores idosos às urnas eleitorais. O que eu desejo que aconteça. Desejo também que os candidatos e as candidatas comprometam-se com a pauta dos interesses dos eleitores e eleitoras do grupo 60+.

Por mais que a população, de um modo geral, e o público idoso, de um modo todo próprio, estejam decepcionados com a atuação da classe política, é pela prática política, é pelo voto que a gente faz uma cidade melhor e justa; uma cidade que seja para todas as idades; uma cidade que valorize e empodere a cidadania das pessoas idosas. Penso também e acredito na capacidade de transformação social que as pessoas idosas podem implementar na rotina da vida da cidade. Através de suas histórias de vida, de trabalho e de longa trajetória. Faltam lugares de escuta para essa importante parcela da população da cidade.

O que JF precisa fazer para se intitular, com orgulho, uma cidade amiga da pessoa idosa? Precisa ter políticas públicas. Precisa ter uma coordenadoria que trate de assuntos ligados ao envelhecimento. Porque esse é um mundo muito vasto. As velhices são muitas e também são diferenciadas. As instituições de ensino superior, as faculdades precisam incluir temas/disciplinas de geriatria e de gerontologia nos seus currículos de graduação e de pós-graduação acadêmicas.

As eleições municipais estão em pleno curso. Eu penso que é muito importante que você, que me honra com a leitura dessa Coluna e de outras, tendo mais de 60 anos, mais de 70, 80, 90 ou 100, não deixe de votar no dia 6 de outubro. Acompanhe a propaganda eleitoral, escolha o seu candidato, a sua candidata e leve a ele, a ela, as suas demandas para o fortalecimento da saúde da nossa democracia.

 

Jose Anisio Pitico

Jose Anisio Pitico

Assistente social e gerontólogo. De Porciúncula (RJ) para o mundo. Gosta de ler, escrever e conversar com as pessoas. Tem no trabalho social com as pessoas idosas o seu lugar. Também é colaborador da Rádio CBN Juiz de Fora com a coluna Melhor Idade. Contato: (32) 98828-6941

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