Um ano novo, 365 dias para se REINVENTAR
O Colunista Thiago Vianna fala sobre masculinidade saudável e apresenta uma pesquisa realizada pelo site Papo de Homem e ONU Mulheres sobre o comportamento do homem no Brasil.
Fim de ano chegando, entre as tarefas de arrumar as malas e a expectativa da virada, vem as promessas e projetos futuros. Teve um tempo que minha lista de objetivos anuais era basicamente formada por conquistas materiais, mas a idade chega e junto com ela, nossos valores mudam. A busca pela felicidade plena e a reconstrução de um indivíduo melhor para a sociedade é um exercício constante em minha vida, refletir sobre a nossa evolução, identificar os erros cometidos, reconstruir atitudes e opiniões é de grande importância para que possamos nos sentir livres. E eu não sou o único que pensa assim, de acordo com uma pesquisa realizada pelo site Papo de Homem em parceria com a ONU Mulheres, 95% das mulheres e 81% dos homens concordam com a afirmação de que “sim, é preciso falar com os homens sobre machismo”. Existe uma receita cultural de como os homens devem ser, agir, sentir e falar e essa atitude tóxica oprime tanto os homens quanto as mulheres.
A Pesquisa revela que culturalmente os homens são criados seguindo padrões de comportamentos esperados, como: ser forte, durão, intimidador, ter o controle, respeitado, atlético, poderoso, rústico, assustador, que não mostra fraqueza, provedor, macho, rico, sexualmente experiente e ativo. O resultado dessa perigosa padronização são homens emocionalmente restritos e abalados que a longo prazo tendem a adoecer.
Atacar a masculinidade tóxica não quer dizer que devemos proibir homens de expressar suas características. Mas sim, permitir um leque maior de escolhas sobre como desejam ser, sem que essas escolhas coloquem em “cheque” a sua masculinidade.
Um fenômeno novo que vem ganhando espaço no Brasil, são os encontros entre homens que buscam através do diálogo e da escuta construir uma forma saudável de ser homem. A pesquisa revela que 40% dos mais de 19.800 entrevistados afirmam que se sentem solitários sempre ou com muita frequência. O sentimento de solidão existente hoje em grande parte dos homens do país e do mundo, está ligado diretamente a cultura machista predominante em nossas criações. Afinal, desde antes do nosso nascimento um guarda roupa azul nos espera e junto com ele uma série de imposições também. Aprendemos que ser frágil e sensível é ser feminino e por isso, para sermos homens, devemos ser o oposto de tudo que é feminino, criando uma barreira emocional que reprime nossos sentimentos e prejudica inclusive a nossa saúde.
Mas uma nova geração está crescendo, aprendendo a desconstruir (pré) conceitos e a estabelecer novas possibilidades, livres de julgamento. Essa nova geração de homens que vivem em uma sociedade predominantemente patriarcal está aprendendo a respeitar e aceitar as igualdades de gêneros se permitindo viver em paz com suas emoções e sentimentos. Afinal, este “novo homem” não tem medo de chorar ou se emocionar e entende que somos todos seres humanos dotados de alegrias e tristezas, medos e coragens, independente do gênero.
Junte-se a nós, venha fazer parte deste movimento, reveja suas atitudes para o próximo ano que se inicia, ame mais aos outros, seja menos agressivo, exponha mais seus sentimentos, converse mais com seus amigos e familiares, a mudança começa por você!
Feliz 2020.
– Fonte: estudo “O silêncio dos homens”, por PapodeHomem / Instituto PdH + Zooma Inc. (2019)
FICHA
TÉCNICA: Saúde RH – Estr. Eng. Gentil Forn, 1805 – Morro do Cristo
Revisão e edição: Maíra Andrade e Thaíza Almeida
Fotos: Arquivo
Pesquisa: Site Papo de Homem e documentário “Silêncio dos homens”.
Assista ao Documentário:
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