Sete dias de chuvas não impactam nas represas
Desde que a chuva começou, na última sexta-feira (4), até esta quinta (10), a Represa João Penido aumentou seu volume de água armazenada em 0,2%, subindo de 22,6% para 22,8%. A mudança mais impactante foi observada em São Pedro, que subiu de 22,1% para 32,4%. A diferença, no entanto, não é significativa para o abastecimento público, já que seu lago é pequeno e contribui para a distribuição de água apenas para parte da Cidade Alta. Chapéu D’Uvas teve queda de 0,1%, indo de 52,7% para 52,6%. Neste mesmo período, choveu em Juiz de Fora 57,5 milímetros, sendo que, em todo o mês, são esperados 75,8 milímetros conforme a média histórica do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A instabilidade permanece.
O cenário atual mostra que ainda é delicada a situação do abastecimento público na cidade para o resto do ano. Tanto que, segundo o diretor-presidente da Cesama, André Borges de Souza, talvez seja necessário mais de um verão chuvoso para a recuperação plena da Represa João Penido. Segundo ele, não é possível relaxar com relação às medidas de racionamento por conta de uma semana de instabilidade, embora este quadro dê mais tranquilidade para o resto do ano. “Não podemos suspender o rodízio agora para depois ter que retornar. Isso poderia deixar a população confusa. Ainda não sabemos se estas chuvas são passageiras ou se, de fato, o período de precipitações chegou mais cedo”, avaliou.
Perguntado sobre a situação de Chapéu D’Uvas, que perdeu recurso, o diretor-presidente explicou que 0,1% não demonstra queda, mas sim estabilidade. “A bacia é muito grande, e talvez esteja chovendo apenas em parte dela, sem causar reflexos. Mas o fato de não perder nível já é algo positivo.”
Previsão do tempo
Conforme o Inmet, a aproximação de uma nova frente fria mantém o tempo instável na região Sudeste do país. Nesta sexta (11) a previsão é de novas pancadas de chuvas em Juiz de Fora e o céu deverá oscilar entre o nublado e o parcialmente nublado. A temperatura máxima prevista é de 20 graus, com mínima de 13.
Colégio investe em captação de água da chuva
Em meio à crise hídrica, o Colégio Santa Catarina investiu em um sistema de captação de água pluvial, capaz de armazenar até 30 mil litros, em três caixas. Por não haver tratamento, a água não é usada para consumo, sendo direcionada para descarga dos banheiros, irrigação da horta e jardins e lavação do pátio da unidade de ensino. De acordo com o diretor executivo do colégio, Artur Giovannini, a economia na conta de água chega a 6,5%.
“Temos uma demanda grande, com 2.300 alunos e quase 200 funcionários, além da utilização nos jardins, horta e na limpeza externa. Quanto mais chover mais esse sistema vai nos ser útil. Se a água estocada no reservatório acabar e não chover, aí mudamos o registro e voltamos a utilizar a água que vem da rua”, explicou, acrescentando que apenas as precipitações que caíram no último fim de semana foram suficientes para encher os reservatórios. A previsão é que a água estocada dure cerca de um mês.
O investimento para a compra das três caixas, conexões e bomba para levar água coletada dos telhados até os banheiros, além da mão de obra, foi de R$ 22 mil. Por ser recente, ainda não foi feita estimativa de quanto tempo será gasto para que o recurso seja pago com a economia gerada na conta. Giovannini acrescenta que, desta forma, é mostrada a ideia de economizar e usar o recurso de forma consciente. “Se cada aluno replicar isso na sua casa, na sua família, na sua vizinhança, o efeito desse aproveitamento é enorme.”