Pacote de incentivos ao empreendedorismo científico nas universidades é lançado em Juiz de Fora
Iniciativa do Governo de Minas prevê investimento de R$ 43 milhões
O Pacote de Empreendedorismo Tecnológico para Universidades foi apresentado, pelo Governo de Minas Gerais e pelo Parque Tecnológico de Juiz de Fora e Região (Partec JF), nesta segunda-feira (20) em Juiz de Fora. A iniciativa, composta por três editais, disponibiliza um total de R$ 43 milhões em recursos não-reembolsáveis, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de empreendimentos tecnológicos e a maior interação entre universidades e o mercado. Durante o evento de lançamento, foram realizadas duas palestras sobre o programa: uma na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a outra, no Moinho.
O subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), Lucas Mendes Soares, explica que o valor do investimento é dividido em três editais públicos, a partir de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). “Os editais abrangem várias áreas que envolvem as universidades, desde os alunos da graduação, passando para os da pós graduação, até aqueles professores pesquisadores – mais consolidados – que trabalham com pesquisas, principalmente, em áreas de infraestruturas laboratoriais.”
Questionado a respeito de quanto será investido em Juiz de Fora, o subsecretário esclarece que vai depender do volume de projetos submetidos pelas universidades, não apenas no município, como em toda a Zona da Mata, e aprovados no processo. “Se Juiz de Fora submetesse projetos suficientes para captar todos os recursos, eles poderiam vir para a cidade. Mas vai ficar a critério dos que forem submetidos e aprovados”, reforça. Além disso, ele destaca que a UFJF possui um histórico de alto número aprovações junto à Fapemig. “Temos certeza que vários serão aprovados.”
Não há limite de projetos por região, mas na chamada da Vivência Universitária em Empreendedorismo e Inovação (Vuei), Lucas ressalta, há restrição de um por campus universitário. Nas demais, podem ser enviados diversos projetos oriundos da instituição.
Em relação a uma “maior interação entre as universidades e o mercado”, o subsecretário diz que alguns dos editais no pacote possuem essa finalidade. “Conta com a visão de que queremos garantir mais infraestruturas laboratoriais nas instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação, para que elas possam prestar mais serviços para o setor produtivo e para a sociedade.”
“Financiamos, nos últimos anos, alguns desses laboratórios, como certificação de cachaças, laticínios e muitos outros produtos em outras universidades federais. Eles garantem tanto aos nossos produtores, como para outros tipos de produtos genuinamente mineiros, que eles tenham selos de qualidade de universidades, que atendam parâmetros e critérios definidos pelo Governo Federal e até órgãos internacionais. Além disso, que possam alcançar outros mercados além de Minas Gerais. Um dos nossos sonhos é que cheguem nos Estados Unidos, na Europa. E isso seria melhor ainda com um selo de certificação na universidade.”
O pró-reitor de Inovação da UFJF e presidente do Parque Tecnológico de Juiz de Fora e Região, Fabrício Campos, afirma que a universidade vem fazendo parcerias com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, como apoios e investimentos, através da Fapemig, no empreendimento do Parque Tecnológico e em diversos outros projetos que a instituição, através dos seus pesquisadores, tem.
“Nesta terça, especificamente, o Governo do Estado lança um conjunto de oportunidades, de chamadas, para que os pesquisadores da universidade e as empresas possam desenvolver suas soluções e produtos em parceria. Além do conjunto de projetos em parceria, estamos divulgando para aumentar a chance e o número de novos projetos”, enfatiza.
Chamadas
A chamada Laboratórios Certificadores é a primeira iniciativa e vai destinar R$ 20 milhões para a estruturação, modernização e acreditação de laboratórios certificadores, buscando qualificar produtos, processos e serviços, garantindo competitividade e qualidade nos resultados científicos.
A segunda é a chamada Cientista Empreendedor, que também envolve um investimento de R$ 20 milhões, destinado a apoiar projetos de cientistas em diferentes estágios de formação acadêmica, como mestrandos, mestres, doutorandos e doutores, interessados em transformar suas pesquisas em empreendimentos inovadores. Cada projeto poderá receber até R$ 455 mil para viabilizar a transformação da pesquisa em negócio, com apoio de infraestrutura e uma trilha empreendedora em ambientes de inovação.
Já a chamada Vuei investirá R$ 13 milhões para fomentar a criação ou a consolidação de Centros de Inovação e Empreendedorismo Universitário (Cieu’s) nas instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTs) e nas instituições de Ensino Superior (IES) do estado.
* sob supervisão da editora Gracielle Nocelli