INCERTEZA DO CLIMA
O desaparecimento de algumas civilizações se deu por conta de danos irreversíveis ao meio ambiente, como destaca Jared Diamond em “Colapso”, livro em que explicita como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Vencedor do Prêmio Pulitzer – o Esso da imprensa americana -, ele cita casos próximos, como os da Ilha de Páscoa e a civilização maia, que se perderam no tempo da história por conta do descontrole ambiental. Não foram causas únicas, e nem que seus exemplos estejam, necessariamente, sendo replicados no século XXI, mas o que ora ocorre pelo mundo afora, como o descontrole do clima – seca no Hemisfério Sul e neve acima do Equador -, carece de uma discussão mais intensa.
Num cenário em que todos estão sendo afetados, o dado positivo se mostra não apenas na tomada de medidas emergenciais mas também pela discussão, que, forçada pelas circunstâncias, está sendo feita por diversos segmentos. É preciso avançar não apenas na via institucional mas também pela própria sociedade. O desperdício tem sido uma tônica no dia a dia, bastando ver o uso de água para lavar ruas, em vez de varrê-las, ou o desperdício com limpeza desmedida de carros, mesmo num cenário de crise.
Governos e entidades privadas, sobretudo comunitárias, devem sentar-se à mesma mesa para tratar da questão coletiva. A incerteza do clima exige providências de longo prazo, pois já não basta administrar as crises sem a definição de outras metas. Juiz de Fora, hoje, a despeito das dificuldades, tem Chapéu D’Uvas como alternativa, fruto da visão de longo prazo do ex-presidente Itamar Franco, já, naquele tempo, preocupado com a demanda crescente de água e com a carência dos demais mananciais.