Rua desmorona em Gramado, na Serra Gaúcha; Caxias registra tremor de terra
Em Gramado, asfalto cedeu com a infiltração do solo, afetando também a estrutura de residências
Uma rua de Gramado, município da Serra Gaúcha, desmoronou neste domingo (12), em decorrência da sequência de chuvas que atinge o Rio Grande do Sul. O asfalto cedeu com a infiltração do solo, afetando também a estrutura de residências.
A Rua Henrique Bertoluci fica no bairro Piratini, perto do centro da cidade. É uma das áreas que tiveram ordem de evacuação pela prefeitura em razão do risco de acidentes. Segundo a administração municipal, Gramado tem 16 pontos com necessidade de evacuação.
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Como muitas pessoas ainda circulavam no bairro onde ocorreu o desmoronamento, algumas áreas de risco foram isoladas por tapumes no fim de semana. Segundo a prefeitura, algumas casas começaram a colapsar com o aumento das chuvas.
Sete mortes em Gramado
“A gente compreende como é difícil sair da nossa casa, mas esse momento exige isso”, alertou o prefeito Nestor Tissot (PP) em vídeo publicado em redes sociais. As autoridades também pedem que a população não circule nessas áreas para fazer fotos ou vídeos, e que saia de casa somente quando necessário.
Desde o início dos temporais, sete pessoas morreram em Gramado por causa de deslizamentos. A cidade tem quase mil desalojados e desabrigados.
Em todo o Rio Grande do Sul morreram 147 pessoas devido ao desastre climático. O Estado ainda tem 127 pessoas desaparecidas Entre desalojados e pessoas em abrigos já são mais de 619 mil.
Caxias do Sul registra tremor de terra
Moradores de quatro bairros de Caxias do Sul, na serra gaúcha, relataram tremores de terra na madrugada desta segunda-feira, 13. Os casos foram registrados nos bairros Madureira, Jardim América, Universitário e Pio X, entre as 3h e as 4h. Não há registros de maiores incidentes e ninguém ficou ferido.
Os tremores foram provocados como consequência das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. Não se trata de um terremoto convencional, mas sim de uma acomodação natural do solo, que está bastante molhado. Nas últimas duas semanas choveu mais de 850 mm na região, índice sete vezes maior do que a média mensal para este período do ano.
“Os maciços rochosos de todo o planalto do Rio Grande do Sul, da serra geral, estão com muita pressão d’água, a pressão hidrostática está muito elevada. Isso acaba levando a um recalque nas estruturas rochosas, nas fraturas e blocos rochosos”, explicou ao Estadão o geólogo Luis Felipe Faccioni, da Secretaria Municipal de Obras de Caxias do Sul.
De acordo com Faccioni, os tremores provavelmente aconteceram em outras regiões da cidade, mas os relatos partiram da região central por ela ser mais densamente povoada. A rodoviária da cidade e o estádio Alfredo Jaconi, do Juventude, ficam em um dos bairros afetados.
A orientação das autoridades é para os moradores voltarem às suas casas, mas o geólogo pediu atenção. “Os moradores têm de ficar atentos, monitorando, e é preciso avisar caso houver registro de rachadura.”
Agentes do Corpo de Bombeiros farão uma vistoria na região nesta segunda-feira. Caxias do Sul é a principal cidade da região serrana e a segunda maior do Estado, com 463,5 mil habitantes, segundo dados do Censo 2022.