Atleta de Leopoldina morre ao realizar manobra em voo de parapente

Caio Oliveira, de 23 anos, sofreu queda durante voo em Castelo, no Espírito Santo


Por Vinicius Soares

14/02/2024 às 16h57- Atualizada 14/02/2024 às 17h09

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Jovem de 23 anos realizava voo na “Rampa de Ubá” quando ocorreu o acidente (Foto: Reprodução/Instagram)

Um acidente de parapente vitimou, na última terça-feira (13), o lutador de muay thai Caio Oliveira, de 23 anos, natural de Leopoldina, cidade da Zona da Mata mineira localizada a cerca de 97 quilômetros de Juiz de Fora. A fatalidade aconteceu durante um voo na “Rampa de Ubá”, no município de Castelo, no Espírito Santo. Segundo o Movimento Voo Livre (MVL), grupo que o mineiro fazia parte, a queda teria ocorrido após o jovem tentar uma manobra.

O grupo divulgou um texto em suas redes sociais lamentando o ocorrido e detalhou o acidente. “Após decolar de forma mágica, como sempre fazia, Caio voou dentro da normalidade, quando optou por executar uma manobra chamada ‘Espiral’. Espiral é uma manobra executada para perder altitude, não necessariamente em emergências. Piloto de alma radical, Caio era entusiasta das manobras. Caio então narrou, no rádio, que iria fazer a Espiral, como era habitual avisarmos aos amigos as manobras que iremos executar”, afirma o MVL. 

O grupo explica que Caio foi orientado por seus companheiros via rádio a não dar continuidade à manobra, mas não respondeu aos comandos. “Ele então entra em Espiral, assistido passivamente via rádio. Na terceira volta da Espiral, já quase negativa, ele é orientado via rádio a sair da Espiral, mas não expressa reação. Ele segue sendo orientado aos gritos para que saísse da Espiral. Rapidamente os comandos se tornam para que ele acione o Paraquedas de Emergência. Caio não responde e não esboça nenhuma atuação para que a espiral cesse… Caio não aciona o Paraquedas Reserva, que foi encontrado sem acionamento em sua selete. Caio desce em espiral até a colisão final”, narra o grupo de paraquedismo.

O Movimento Voo Livre lamentou o acidente. “Era um exímio piloto, promovido a anjo. Olhe por nós, amigo”, complementa a nota oficial do grupo.

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) foi procurada pela Tribuna e afirmou que o corpo de Caio passaria por perícia. “A perícia da Polícia Científica (PCIES) foi acionada na tarde desta terça-feira (13), por volta das 13h28, para uma ocorrência de acidente diversos com vítima fatal, na Fazenda da Prata, em Castelo. O corpo da vítima, um homem de 23 anos, foi encaminhado para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares”, relata o órgão de segurança capixaba, através de nota divulgada pela assessoria de imprensa. 

Desmaio pode ter causado acidente

O laudo pericial com a causa oficial da morte de Caio ainda não foi concluído, mas o MVL trabalha com a possibilidade de o piloto ter desmaiado durante o voo. A causa da perda de consciência seria a ação da Força G no fluxo sanguíneo cerebral de Caio, levando à síncope temporária. A hipótese foi levantada pelo grupo baseado em estudos desenvolvidos pela Força Aérea Brasileira (FAB).

“Como hipótese da ausência de reação, baseado no conhecimento adquirido ao longo de décadas de desenvolvimento do esporte, somados aos estudos já existentes realizados pela Força Aérea Brasileira, sabe-se que em alguns casos a atuação da Força G sobre o fluxo sanguíneo cerebral pode levar a desmaios temporários. A Força G durante uma espiral acentua-se na mesma proporção em que se aumenta a velocidade de giro. Deste modo, conforme o método científico de investigação de causa, supõe-se que esta é a hipótese mais provável para a causa deste terrível acidente”, afirma a nota oficial divulgada pelo MVL.

*Estagiário sob a supervisão do editor Gabriel Silva

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