Em busca da paz
“Sem essa modificação como aprendizes ao esforço renovador do Divino Mestre, ao invés de paz, teremos sempre a guerra dentro de nossos corações.”
Seja onde for o lugar em que as leis da natureza governem sem a intervenção do homem, podemos ver claramente todo equilíbrio, beleza e ação harmônica da vida. Isso deixa clara a sabedoria divina e, por outro lado, mostra quanto a ação humana é danosa. Basta uma curta olhada nos aglomerados urbanos e vemos a que ponto a desordem humana pode chegar, a nossa capacidade de destruição está claramente escrita na história da humanidade, portanto é um erro grave culpar Deus por nossos percalços. O Pai não é responsável por nossas irresponsabilidades. Todos nós, indistintamente, somos filhos do mesmo Pai e, igualmente, dotados de individualidade, livre arbítrio e responsabilidade intransferível por todos os nossos atos.
Pela prosperidade do planeta, trabalha o Sol, aquecendo a terra, provocando a germinação, que será alimentada pela chuva benéfica. A árvore frutifica, perfuma e sombreia o animal, que sacrificado, colabora com sua proteína para que o corpo humano progrida para um dia não mais necessitar de seu sacrifício.
A lei que rege o Universo é de movimento e ordem, na constância dos benefícios condutores do progresso. E nós humanos não estamos isentos de tais esforços, mesmo que milhares de pessoas persigam as facilidades delituosas como moscas rodeando o detrito. Estas criam em torno de si mesmas teias de ódio e vaidades, orgulho e indolência, mergulhando em uma espiral que gravita para baixo, descendo e descendo, rolando vagarosamente para o seio das vidas inferiores, expostos às consequências brutais de todos os atos.
“Busque a paz e siga-a” (I Pedro, 3:11.). Sendo verdade que muitas pessoas buscam a paz cada qual a seu modo, é fundamental aprender que a paz legítima resulta do equilíbrio entre nossos desejos e os ensinos de Jesus. Por isso, o Mestre de Nazaré afirmou: “Negue cada um a si mesmo, tome de sua cruz e siga-me”. A referida cruz não é o madeiro infame que Ele próprio carregou, é sim cada um dos nossos propósitos egoísticos; “tome de sua cruz” é o mesmo que: assuma a sua tarefa de autocorreção. “Siga-me” o faremos abandonando os velhos conceitos, com os quais construímos este mundo visivelmente conturbado.
Sem essa modificação como aprendizes ao esforço renovador do Divino Mestre, ao invés de paz, teremos sempre a guerra dentro de nossos corações.
Todavia entendida a tarefa que Deus nos confiou que é o progresso individual para a transformação de um todo, encontramos no Cristo a confiança e a serenidade necessária para segui-lo e conquistarmos a paz que desejamos.