A vida em tempo de InteligĂȘncia Artificial
“O que nos foi dado a conhecer atĂ© o momento sobre IA Ă© apenas um conjunto de possibilidades.”
Ă verdadeiramente impactante a notĂcia – publicada pelo jornal ‘The New York Times’ e reproduzida pelo mundo inteiro -, de que o Google, poderosa plataforma de internet que nos Ășltimos anos atraiu a maior parcela dos usuĂĄrios da rede mundial de computadores, demitiu centenas de funcionĂĄrios porque decidiu investir na InteligĂȘncia Artificial (IA), a fascinante e amedrontadora ferramenta que saiu dos antigos livros e revistas de ficção e hoje se apresenta em nossos computadores. Noticia-se que por motivo aparentemente igual, outros gigantes do meio digital tambĂ©m estĂŁo reformatando suas equipes. Chegou, finalmente, a hora de convivermos com o computador dito “inteligente”. E com todos os reflexos que ele trarĂĄ Ă s nossas vidas pessoais, sociais e profissionais. Devem as escolas – pĂșblicas e particulares – providenciar com toda urgĂȘncia um curso de introdução Ă IA, em similaridade Ă iniciação Ă informĂĄtica ministrado quando chegaram os computadores. E, pelo alcance da tecnologia, essa instrução deve estar disponĂvel a todos, da criança ao idoso. Ă uma utilidade aos alunos potenciais e nova ocupação aos ministradores.
O que nos foi dado a conhecer atĂ© o momento sobre IA Ă© apenas um conjunto de possibilidades. Operadores nos oferecem degustação de sistemas que substituem com eficiĂȘncia os bancos de dados e colocam nas pontas de nossos dedos aplicativos que montam peças grĂĄficas, processam filmes e fotografias (com todas as possibilidades que isso proporciona tanto para o bem quanto para o mal) e nos fazem crer que, depois de ambientados, nĂŁo precisaremos mais de uma sĂ©rie de fornecedores de serviços aos quais sempre tivemos de recorrer. Fala-se, com certo extremismo, que o computador inteligente – isto Ă©, a IA – vai substituir o ser humano, como jĂĄ pregavam as estĂłrias ficcionais de dĂ©cadas atrĂĄs. Pensamos que isso Ă© um certo exagero, pois a mĂĄquina pode realizar muitas tarefas, repetitivas ou nĂŁo, mas o poder de decisĂŁo sempre serĂĄ do humano que a opera ou, entĂŁo, poderĂĄ tornar-se muito perigoso viver em nossa sociedade.
A IA, com as suas possibilidades, jĂĄ começa a provocar estragos. Que o digam os empregados do Google e das outras corporaçÔes, que perderam suas funçÔes e ganhos. Isso sugere que todos nĂłs, mesmo antes de sermos atropelados pela novidade cibernĂ©tica, devemos, por precaução, nos preparar. Desde aceitar as degustaçÔes de software que nos sĂŁo oferecidas atĂ© procurar o devido treinamento educacional. Algo como a educação tecnolĂłgica fornecida pelas fatecs e similares. NĂŁo seria nada mal que, ao sair do segundo grau (ou mesmo muito tempo depois disso), o indivĂduo procurasse o treinamento para com ele poder “domar” a IA. Sem isso, sua vida poderĂĄ tornar-se difĂcil, e as oportunidades, raras no mercado de trabalho e atĂ© na vida social.
Pelo que jĂĄ podemos observar, alĂ©m do treinamento de iniciação destinado a todos os interessados, o ideal seria que o aluno – seja ele jovem ou sĂȘnior – passasse dois anos recebendo os conhecimentos em IA. Desde aprendendo a mexer nos programas jĂĄ elaborados e disponĂveis atĂ© a imersĂŁo no mundo tecnolĂłgico para, se essa for sua vocação, tambĂ©m produzir seus programas que no futuro poderĂŁo automatizar os serviços e monitorĂĄ-los atravĂ©s do computador, tablet ou smartphone. Quem estĂĄ no mercado de trabalho, se nĂŁo quiser ter problemas, corra de encontro Ă IA e procure nela encontrar a solução para os gargalos de sua atividade ou, atĂ©, um novo ramo de trabalho, antes que alguĂ©m preparado venha tomar o seu lugar, nĂŁo por vontade prĂłpria, mas pelo imperativo do novo tempo.
Lamentavelmente, temos muito problema de aprendizado. Boa parte do alunado – fora os nem-nem (nĂŁo estudam nem trabalham) nĂŁo consegue assimilar o programa que a escola lhe disponibliza. As autoridades da educação precisam fazer algo para solucionar esse inconveniente passivo. E nĂŁo podem ignorar que a IA estĂĄ chegando para ficar e disputar espaço com o saber tradicional. Governo, autoridades educacionais, dirigentes escolares e principalmente professores devem voltar suas atençÔes para esse novo segmento cultural e tecnolĂłgico. E depois de entendĂȘ-lo, elaborar os mĂ©todos para sua difusĂŁo ao povo que, em Ășltima anĂĄlise, Ă© o seu destinatĂĄrio.
Assistimos, nas Ășltimas cinco dĂ©cadas, a chegada e a popularização do computador que hoje, nas suas diferentes configuraçÔes – substituiu muito equipamento que se tornou arcaico e se faz presente em todos os segmentos da sociedade. Essa modernização custou os empregos (e salĂĄrios) dos que nĂŁo quiseram se atualizar. A IA Ă© apenas mais um lance do grande caminho tecnolĂłgico que tende a facilitar a vida das pessoas, mas Ă© crucial para aqueles que nĂŁo tiverem acesso aos seus fundamentos.
NinguĂ©m deve esperar que lhe aconteça o mesmo ocorrido com os funcionĂĄrios do Google. Ă preciso conhecer, compreender e, na medida do possĂvel, dominar a IA. SenĂŁo Ă© ela que poderĂĄ nos dominar e tornar verdadeira a ficção de que dizia spbre o computador inteligente tomar o trabalho do homem. A IA deve ser encarada como mais um lance da modernidate proporcionada pelo meio digital, essa ĂĄrea que jĂĄ revolucionou os meios de produção e aindsa tem muito por fazer e evoluir. Preparem-se todos…