Preso sob suspeita de liderar facção em JF é investigado por assassinato
Considerado o criminoso mais procurado de Juiz de Fora pela PM, homem teria envolvimento em crime ocorrido em setembro na Vila Esperança I
Um homem suspeito de chefiar uma facção criminosa do Rio de Janeiro em Juiz de Fora foi preso na manhã desta terça-feira (5) em Matias Barbosa. Considerado pela Polícia Militar (PM) o criminoso mais procurado de Juiz de Fora e o segundo de Minas Gerais, ele foi detido durante cumprimento de mandado de busca e apreensão realizado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em ação conjunta que teve participação da PM, da Polícia Civil (PC), da Polícia Penal, da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro, denominada Operação Irmandade. O investigado foi encaminhado para a delegacia da Polícia Civil em Juiz de Fora.
Segundo a PM, o suspeito estaria envolvido na execução de um homem de 26 anos, morto a tiros no Bairro Vila Esperança I, Zona Norte de Juiz de Fora, em setembro. Segundo o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), o rapaz foi abordado por quatro ocupantes de um carro, de onde partiram disparos que o acertaram na região lombar, na axila e na panturrilha. Ele chegou a ser socorrido até uma Unidade de Pronto Atendimento, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O suspeito preso nesta terça-feira possui diversas passagens pela polícia, que se iniciaram ainda no ano de 2003. Além de já ter cumprido pena no sistema prisional, o homem já esteve em prisão domiciliar e prestou serviços comunitários. Por um tempo, ficou internado em um hospital psiquiátrico. De acordo com a PC, o suspeito teria uma posição de destaque na facção Comando Vermelho. Com a investigação de suspeitos de integrarem a organização criminosa, o objetivo seria de combate ao tráfico e homicídios gerados a partir dessa disputa. O delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídios de Juiz de Fora, Samuel Neri, explicou que muitos dos alvos da Operação Irmandade são também investigados por homicídios que ocorrem nos últimos meses na cidade.
Operação Irmandade
O homem considerado líder da facção criminosa foi apenas um dos oito presos durante a operação, que teve início ainda pela manhã. As ações ocorreram tanto no município de Juiz de Fora quanto em cidades vizinhas, bem como em outros estados, como no Rio de Janeiro. A operação recebe o nome “Irmandade” porque, dentro da facção, os integrantes tratariam um ao outro como “irmãos”, e o objetivo da manobra é, segundo o delegado, evidenciar que “a lei alcança a todos”.
Samuel Neri negou a predominância de facções em Juiz de Fora e ressaltou a ação ostensiva da polícia. “Não há predominância das facções na cidade, mas temos localidades específicas que recebem a influência delas”, disse, reiterando que a operação é uma das respostas da PC à atuação dessas organizações.
Segundo informações do MPMG, foram expedidos oito mandados de prisão e 11 mandados de busca e apreensão pela Vara do Tribunal do Júri de Juiz de Fora. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Ponte Nova, Juiz de Fora, Matias Barbosa e Rio de Janeiro, e “visam assegurar a repressão qualificada de suspeitos da prática de homicídio qualificado”.
Operação Cativo
Além da Operação Irmandade, foi deflagrada também a Operação Cativo, na qual foram cumpridos seis mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Juiz de Fora, em investigação que apura a responsabilidade e participação de diversos suspeitos em crimes que envolvem “um intenso tráfico de drogas dentro de unidades prisionais de Juiz de Fora”.
Os mandados foram cumpridos nas cidades de Juiz de Fora e Piraúba. “As operações decorrem de trabalhos conduzidos pelo Gaeco Juiz de Fora, em conjunto com as Promotorias do Júri e de Combate ao Crime Organizado, e com a Delegacia de Homicídios da Polícia Civil”, informou o MPMG.
Participaram da operação promotores de Justiça, agentes e servidores do Gaeco Juiz de Fora, além de policiais militares da 4ª Companhia Independente de Policiamento Especializado, policiais civis da Delegacia de Homicídios, policiais penais, policiais rodoviários federais e agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do Ministério Público do Rio de Janeiro.