O estudo é a luz da vida!

Por Jose Anisio Pitico

O que eu sou como pessoa, com o que estou me tornando, eu devo aos meus pais. Tenho na memória e no coração uma profunda gratidão de amor a eles. Falecidos, estou literalmente sem pai nem mãe. Como um bom zagueiro que leva um drible fantástico de um bom jogador de futebol. Peço licença a vocês, caros leitores e leitoras, para, através dessa coluna de hoje, fazer um registro do tempo de um ano (24/09/22) de morte de minha mãe, Dona Lúcia, que morou por muito tempo, quando viemos de Porciúncula (RJ), no Bairro Fábrica, na Rua General Gomes Carneiro 39/101, Rua do Batalhão de Infantaria. Por aqui, eu e meu irmão conhecemos a cidade grande. E um novo tempo se abriu para nós. Ele, com 3 anos; eu, com 7. Entramos no mundo, para valer, por meio da educação pública. Da Escola Estadual Professor Quesnel à UFJF. Ele, na formação de desenho e plástica, e eu, no serviço social.

Nossa mãe, que sonhava ser professora primária, não pôde ser, porque pela ordem severa do pai, mesmo já tendo deixado a cidade pequena, sob o seu olhar, mesmo assim, cresceu com esse sonho retido na alma: não estudou. Já idosa, com mais de 65 anos, trabalhou por muitos anos em fábricas de meias. Um trabalho duro e que tinha que dar produção. Mas, fez de nós dois, seus filhos, dois exemplos de que o estudo é a luz da vida. Essa mesma luz que está em nós e que vem desde pequenos. Reconheço que perder pai, não ter mais o pai, é muito ruim. Mas não ter mais a mãe no dia a dia é muito pior. Percebo que, a partir dessas duas grandes perdas, constato também que o meu tempo de envelhecer chegou, e estou nele. Verdadeiramente, a dor da falta está muito presente. Ando sobre uma estrada pouco segura.

Com essa coluna de hoje compartilho com vocês, assumidamente, a grande falta que sinto na vida com a ausência (presente) de meus pais. O quanto que os tenho em mim mesmo sem os ver. Guardo também a exata medida do quanto que nos amaram e o quanto que se empenharam em lutas diárias e sacrifícios, para, além do pão, colocar nas nossas cabeças os sonhos, que somente através dos estudos e da educação pública, seríamos capazes de nos tornarmos pessoas mais altas e profundas para as descobertas do mundo. O legado dos nossos pais nos deu o roteiro de vida para onde devemos continuar seguindo. E em nome deles estamos cumprindo nosso combinado.

Fale com o Pitico: [email protected] – (32) 98828-6941

Jose Anisio Pitico

Jose Anisio Pitico

Assistente social e gerontólogo. De Porciúncula (RJ) para o mundo. Gosta de ler, escrever e conversar com as pessoas. Tem no trabalho social com as pessoas idosas o seu lugar. Também é colaborador da Rádio CBN Juiz de Fora com a coluna Melhor Idade. Contato: (32) 98828-6941

A Tribuna de Minas não se responsabiliza por este conteúdo e pelas informações sobre os produtos/serviços promovidos nesta publicação.

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também