Mapa da violĂȘncia
FĂłrum Brasileiro de Segurança PĂșblica destaca nĂșmeros preocupantes sobre a violĂȘncia no paĂs, que vive ciclo de altos e baixos, mas sempre preocupante
Se forem estratificados apenas os dados de 2022, houve redução de ocorrĂȘncias criminais, mas o Brasil continua sendo um paĂs violento como apontam os dados do AnuĂĄrio do FĂłrum Brasileiro de Segurança PĂșblica divulgado nessa quinta-feira. O paĂs chega ao segundo menor nĂșmero de sua sĂ©rie histĂłrica iniciada em 2011, mas ainda assim foram registrados 47.508 casos de homicĂdios o que significa 130 ocorrĂȘncias por dia. Pior ainda: ao menos cinco pessoas foram assassinadas por hora no Ășltimo ano. Nos Ășltimos dez anos, 551.455 pessoas foram assassinadas, mais do que a população de uma cidade do porte de Juiz de Fora.
Os pesquisadores apontam uma sĂ©rie de fatores, mas o enfrentamento de facçÔes em decorrĂȘncia do trĂĄfico de drogas continua sendo a principal causa. As estatĂsticas tambĂ©m apontam para um outro dado preocupante. Os nĂșmeros de feminicĂdios estĂŁo em escala crescente. Em 2022, de acordo com o AnuĂĄrio, foram registradas 1.437 ocorrĂȘncias. O estado com a maior taxa proporcional Ă© RondĂŽnia, com 3,1 casos por 100 mil habitantes.
O FĂłrum Brasileiro de Segurança nĂŁo se ateve apenas aos crimes tentados ou consumados contra a vida. A cada hora, ao menos oito mulheres sĂŁo vĂtimas de estupro. Foram 74.930 registros em 2022. Como destaca o jornal âEstado de SĂŁo Paulo, trata-se do maior nĂșmero desde 2009, quando houve mudança na tipificação destes crimes. Oito em cada dez vĂtimas de violĂȘncia sexual tĂȘm menos de 18 anos. Os criminosos, na maioria dos casos, sĂŁo parentes.
Os especialistas consideram os altos e baixos de crimes na Ășltima dĂ©cada como fruto de acomodação dos grupos, mas sĂŁo açÔes temporĂĄrias dando um cenĂĄrio de sĂstole e diĂĄstole nos mapas da violĂȘncia. O Norte e o Nordeste sĂŁo as regiĂ”es mais crĂticas, mas Ă© no Sul que os dados estĂŁo em ascensĂŁo, ainda de acordo com o AnuĂĄrio.
Todo esse cenårio reforça a necessidade de fóruns permanentes que devem, necessariamente, ter a participação de vårias instùncias, com o envolvimento das estruturas da segurança, mas também das åreas econÎmicas e sociais.
O enfrentamento Ă violĂȘncia nĂŁo Ă© mais uma prerrogativa da UniĂŁo e dos estados exclusivamente. AlĂ©m de muitos municĂpios – como Ă© o caso de Juiz de Fora – serem dotados de guardas municipais, todos tĂȘm papel estratĂ©gico na elaboração de polĂticas pĂșblicas para reduzir os focos de tensĂŁo. Escolas, postos de saĂșde e iluminação pĂșblica sĂŁo açÔes municipais com peso importante quando se compĂ”e um projeto pleno de combate ao crime.
Juiz de Fora jĂĄ realizou pelo menos dois fĂłruns cujas conclusĂ”es sĂŁo importantes para as açÔes da municipalidade e dos demais segmentos envolvidos na questĂŁo. Com diagnĂłstico Ă© possĂvel, inclusive, estabelecer captação de recursos para propostas, o que deve ser permanente para acentuar a segurança da população.