Modelo internacional e boxeador: conheça a história de Antônio Carlos Pacheco
Atleta nascido em Cataguases e que mora em JF concilia carreira no esporte com as passarelas
Da preocupação com figurinos e postura à mentalidade de entrar no ringue com unhas e dentes em questão de horas. Antônio Carlos Pacheco, de 32 anos, nascido em Cataguases e que mora em Juiz de Fora, concilia duas carreiras improváveis: a de modelo internacional e a de atleta profissional de boxe. O lutador do peso pesado venceu, no mês passado, o Desafio Nacional de boxe, realizado em Visconde do Rio Branco, com o nocaute mais rápido da competição – em apenas 41 segundos.
“Foi ótimo participar, minha mulher me apoiou muito. Era a única torcendo por mim na plateia, mas foi a que mais torceu. Meu coach Alexsander me ajudou muito na preparação, treinamos todos os dias. Quando eu não tinha horário para treinar, ele abria a academia até de madrugada”, diz o atleta.
“As pessoas se assustam”
Quando Antônio conta que é, ao mesmo tempo, modelo e boxeador de alto nível, as pessoas ficam surpresas. “Sempre se assustam. Um modelo falando que treina boxe, acham que é mais aquele de estilo fit. Mas eu gosto mesmo é da arte marcial, do combate. Quando elas veem como eu treino, não entendem. É contraditório, porque modelo é mais tranquilo, tem a questão da imagem. E o boxe é mais agressivo e violento”.
Mas, ao mesmo tempo, o esporte traz mais qualidade de vida para o modelo, e inclusive, lhe ajuda na carreira da moda. “É muito bom por questão de saúde e estética. Consigo estar em forma, me ajuda no físico e a manter as medidas na carreira de modelo. O único risco é ter uma campanha e chegar para desfilar com o olho roxo”, brinca Antônio.
“No México é top-1”
Em sua carreira como modelo, Antônio já morou em 15 países, como China, Malásia, Indonésia, Índia, Singapura, Coreia e México, local onde intensificou os trabalhos no boxe. Por ter dificuldade em competir no país da América Norte devido à quantidade de trabalhos nas passarelas, Antônio decidiu retornar ao Brasil. “Conciliar a carreira de modelo com a de boxe sempre foi muito difícil. Lá fora, o ritmo de trabalho e o profissionalismo na área de modelo é muito maior. As agências exigiam muito mais de mim. Não conseguia competir e nem era interessante por medo de machucar”, explica.
O atleta, então, escolheu Juiz de Fora para morar. “Eu e minha esposa amamos o Brasil, e aqui sempre foi uma cidade muito acolhedora, as pessoas são amigáveis. Além disso, tem uma boa infraestrutura. Pensamos em ter filhos em breve, e a cidade tem bons hospitais, boas escolas, é uma cidade segura”, detalha.
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Diariamente, ele realiza treinos pela Equipe Gordos Gym – Chakuriki, e enxerga que falta incentivo e patrocínio para as academias da cidade. “No México, o boxe é o esporte número 1, das crianças aos velhos. Ainda não vi muito aqui, mas parecem ter atletas bons, só que com poucas oportunidades”, diz. Antônio iria disputar a WForce, competição local, no dia 17 de junho, mas terá que faltar para acompanhar sua esposa no Miss JF. Ele segue acompanhando o calendário de lutas e pretende participar de novos eventos em breve.