As duas principais moedas do planeta estão numa gangorra. Em setembro, o dólar atingiu sua cotação máxima contra o euro. Hoje, contudo, o euro vale significativamente mais.
O indicador-chave do par cambial euro-dólar é a taxa de juros dos Estados Unidos. Quando ela sobe, o dólar tende a subir e o euro tende a cair. Quando desce, o movimento costuma ser contrário.
A empresa AvaTrade, por exemplo, oferece um calendário econômico com as datas das reuniões do Federal Reserve que definem o juro dos EUA.
Com relação ao futuro, o CaixaBank Research prevê desvalorização maior do dólar a médio prazo. A taxa de câmbio euro-dólar estará em 1,1 no final de 2023 e em 1,15 no final de 2024, segundo a instituição.
Apesar dos Estados Unidos terem a maior economia do mundo, com frequência é especulado o fim do domínio do dólar. Recentemente, a desaceleração do PIB dos EUA e a alta inflação local intensificaram a aposta. Outro fator seria a criação da moeda dos países do bloco BRICS, que compreende Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Segundo notícia veiculada no jornal China Daily em abril, o PIB combinado dos BRICS supera o do G7 e a nova moeda, a ser criada este ano, pode desbancar o dólar.
O G7 reúne os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Japão.
Ainda assim, o dólar responde por quase 60% das reservas mundiais. O euro é o segundo colocado e constitui aproximadamente 20%. O renmimbi chinês equivale a menos de 3% e as moedas dos outros membros do BRICS são incipientes.
Dilma Rousseff preside o Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como o banco dos BRICS, com sede em Xangai.
No ano passado, o Federal Reserve elevou sua taxa de juros mais cedo e mais acentuadamente do que a maioria de seus pares, apreciando consideravelmente o dólar. Mas com a atual diminuição da inflação americana, espera-se que o Fed pare de elevar os juros, ou que até mesmo passe a cortá-los.
Conflito Armado
Os primeiros meses da nova invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, foram danosos à economia da União Europeia.
A economia sofreu um baque também porque a inflação obrigou o Banco Central Europeu a restringir a política monetária. O euro chegou à sua mínima histórica frente ao dólar no ano passado.
Inflação galopante costuma exigir aperto monetário, com frequência levando ao aumento das taxas de juros. Uma maior taxa de juros encarece os empréstimos, reduzindo gastos e esfriando a economia.
Outra medida utilizada pelos bancos centrais é elevar as reservas compulsórias, proibindo os bancos de emprestar uma porcentagem de seus depósitos.
O euro é atualmente a moeda corrente em 20 países. A ideia da moeda única europeia nasceu na década de 1960, sendo finalmente lançada em 1999. Desde então, países como Alemanha tiveram forte crescimento econômico, enquanto Grécia e outras nações enfrentaram crises e austeridade fiscal.
No último relatório World Economic Outlook, a economia dos Estados Unidos deve crescer 1,5% em 2023 e 0,9% em 2024, em comparação a 0,8% e 1,4% da zona do euro e 5,3% e 4,9% da China.