Dengue mata oficial de Justiça de 42 anos


Por Marina Sad

30/04/2013 às 06h00

Homens do Exército reforçam combate à dengue

Homens do Exército reforçam combate à dengue

Juiz de Fora registrou a primeira morte por dengue em 2013. O óbito aconteceu no último domingo e vitimou uma oficial de Justiça, 42 anos, que foi enterrada na tarde desta segunda-feira (29), no Cemitério Parque da Saudade. A mulher passou 15 dias internada no Hospital Albert Sabin. Além da dengue, a certidão de óbito aponta como causas da morte insuficiência respiratória aguda, encefalite, convulsões e plaquetopenia aguda (uma grande baixa de plaquetas). Em nota oficial, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura reconheceu que a morte foi causada por complicações de dengue. O contágio já tinha sido confirmado por meio de exame sorológico realizado no último dia 16.

A oficial de Justiça morava em São Pedro, Cidade Alta, o quarto bairro com maior número de notificações da doença (74 casos), segundo informações da Secretaria de Saúde. Caçula de três irmãos, ela era casada há oito anos, mas não tinha filhos. A oficial de Justiça frequentava a Igreja Batista da Vitória, no São Pedro, onde cantava no coral e auxiliava no trabalho com juventude.

Em 2013, Juiz de Fora investigava quatro óbitos por suspeita de dengue, sendo que um foi descartado. A morte teria sido causada por meningite. Nos outros três casos, ainda não há resultado do exame que comprovaria a doença. O teste é realizado pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Ainda nesta segunda, a Câmara de Vereadores aprovou moção de pesar pelo falecimento da vítima, apresentado pelo vereador Jucelio Maria (PSB). Segundo ele, a decisão aconteceu porque a mulher era oficial de Justiça, há 15 anos atuando na Comarca de Juiz de Fora. O fato não teria relação com a causa do óbito por dengue.

 

Causas da morte

Para o infectologista Guilherme Côrtes Fernandes, a dengue pode ter acarretado as demais complicações relatadas na certidão de óbito. O médico explica que a doença, além de sintomas clínicos (como dor no corpo, febre e dor nos olhos) causa também sintomas laboratoriais. Entre estes, estaria a plaquetopenia e a hemoconcentração, que são, respectivamente, a baixa de plaquetas e o sangue mais concentrado por causa da perda de líquido. Ambos os sintomas indicam a gravidade da dengue. "Por isso, todos devem fazer hemograma em caso de suspeita da doença para ver qual a gravidade do caso de forma precoce."

Em relação à insuficiência respiratória, ele explica que a doença causa inflamação nos vasos do corpo inteiro, provocando dificuldade de respiração. A encefalite também pode ter sido desencadeada pela dengue, trazendo como consequência as convulsões. No entanto, o infectologista afirma que manifestações neurológicas são pouco frequentes em casos de dengue.

 

 

Exército passa por treinamento

Os 35 homens do Exército que estão sendo treinados para o combate à dengue vão atuar nos 23 bairros da região Nordeste, das 8h às 17h. Os trabalhos começarão na próxima segunda-feira, no loteamento Fazendinhas do Comendador. Os militares estão recebendo noções teóricas sobre situação epidemiológica, morfologia e amostra das fases do mosquito Aedes aegypti, educação e saúde, criadouros e forma de tratamento, metodologia e campanha de combate à dengue. As aulas acontecem das 8h às 17h, no auditório da 4ª Brigada Infantaria Leve de Montanha, no Bairro Mariano Procópio, Zona Nordeste. Na quinta e sexta-feira, o grupo vai passar por treinamento prático.

Os homens do Exército vão visitar casas para identificar e eliminar os possíveis focos do Aedes aegypti. O coordenador dos trabalhos no Exército, tenente-coronel André Aguiar, diz que o objetivo da instituição é "contribuir com a Secretaria de Saúde", somando esforços para acabar com a dengue.

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