Um jogador prodígio: conheça o juiz-forano Joãozinho, destaque no sub-13 do Grêmio
Aos 13 anos, João Gabriel Alves vai para a quarta temporada como capitão do time e impressiona com sua maturidade e foco
“Ele lê dez, 15 páginas do livro e faz um resumo. Vou e corrijo”. É nessa tônica que o pai Leandro de Carvalho busca ajudar seu filho, João Gabriel Alves, o Joãozinho, de 13 anos, a se tornar um jogador profissional de futebol – sem deixar a educação de lado. Aos 9 anos de idade, o garoto foi para o Grêmio, um dos maiores times do Brasil. Atualmente, ele joga pelo sub-13. No clube, é visto como uma das grandes promessas, mas não só com a bola no pé. A maturidade, postura e desenvoltura do juiz-forano também chamam a atenção. Para trabalhar a organização mental também para o esporte, Joãozinho conta que realiza leituras semanais. O jovem jogador também é religioso e diz frequentar igrejas com a família. Mesmo tão novo, encanta os treinadores e dirigentes, sobretudo, pelo foco e dedicação que possui em seu extra-campo.
“Esse ano já estou com quatro livros para ler. É ótimo para o jogador, exercita a mente. Eu balizo muito a humildade também, temos que ter. Gosto de rezar, a fé para mim é tudo. Me sinto muito melhor com Nossa Senhora e Jesus Cristo, mais feliz, abençoado. Tudo isso me ajuda a nunca desistir, sempre me dedicar muito para seguir em busca do meu sonho”, conta Joãozinho.
De férias e em Juiz de Fora, o atleta e seu pai encontram a Tribuna, no Sport Club, local em que o garoto passou boa parte de sua trajetória e agora realiza a pré-temporada antes de voltar ao Grêmio. No clube, o garoto foi recebido com carinho pelo seu ex-treinador, Diego Almeida. “O Joãozinho é especial por causa da sua mentalidade forte e vencedora. Ele é decidido e dedicado, se empenha muito. Enxerga (se tronar jogador) como a oportunidade da vida dele e da família. Além de qualidade técnica e tática, tem um entendimento muito bom do jogo pelo seu foco. A tomada de decisão é rápida, consegue enxergar os espaços vazios e ler muito bem o que está acontecendo”, relata.
Além dos treinos no Grêmio, João precisa – mas naturalmente já é – ser dedicado ao extremo em outros afazeres, segundo seu pai. “Incentivo a leitura porque acho que o futebol depende muito da parte psicológica. Isso fortalece a parte mental, tanto que ele é o capitão do Grêmio há três anos”, conta Leandro. “Buscamos alimentar o sentimento de liderança, de concentração. A leitura é para a vida, mesmo que ele não vire jogador de futebol. Ele tem que estudar, sabe que não abro mão, é inegociável. Primeiro é o estudo, onde estiver. Sabemos que é difícil conciliar quando chega em alto nível, mas tem como, e ele consegue por ser muito focado”, acredita o pai.
Títulos em JF e destaque no Grêmio
Os primeiros toques em bola de futebol, João deu ainda bem pequeno. Aos 5, entrou para o futsal do Sport Club e quatro anos depois foi para o futebol de campo. “Ele sempre teve um potencial acima da média. Com 9 anos, já era titular na equipe dos meninos de 11. Era muita habilidade, além da mente vencedora, desde essa época”, conta Diego, seu ex-treinador. Pelo Verdão da Avenida, Joãozinho foi campeão da Copa Bahamas, Liga de Futebol e Copa Zico. O menino jogou na cidade também por Furacão e Vasco JF, antes de ir para a equipe do Rio Grande do Sul.
“Quando eu tinha 9 anos, em 2019, disputei um campeonato pelo sub-11 do Sport, na cidade de São Ludgero (SC). Acabei jogando com o Grêmio, e na partida, consegui desenvolver bastante o meu futebol. Eles me chamaram e no mesmo ano fui para Porto Alegre, joguei um campeonato e fui campeão. Voltei para outra competição no início de 2020, a Ibercup, quando eles decidiram que eu faria parte do time”, relembra Joãozinho.
Campeão do Campeonato Gaúcho e da Go Cup em 2021, o garoto disputou no ano passado um campeonato internacional na Argentina. Em todos, ele foi o capitão da equipe. Nessa temporada, Joãozinho integrou a seleção do Gaúchão e do Campeonato Sul-Brasileiro. “Quero muitas vitórias esse ano, tanto para mim quanto para o Grêmio. Sei que vai ser mais difícil. Com 13 anos o desenvolvimento começa a mudar, alguns crescem mais e o nível aumenta. Cada dia tenho que subir um degrau, e um dia eu chego onde quero.”
O caminho trilhado por Joãozinho é motivo de orgulho para o pai. “Muita satisfação e alegria em ver que todo o empenho dele está dando certo. Fico feliz quando o técnico do Grêmio pede para ele orar em competições importantes. O João tem um retorno esportivo muito bom do seu representante, o ex-jogador Túlio Souza. Torço para que ele continue sendo esse menino focado, maduro e concentrado”, comemora Leandro.
Para alcançar os seus objetivos no futuro – jogar na Europa e disputar uma Copa do Mundo – o garoto enxerga que o mais importante é se dedicar desde pequeno. “Sei que ainda falta muito. Mas já me alimento bem, tenho uma hora certa para dormir. Nunca vou desistir, sempre continuarei trabalhando e acreditando para me tornar um jogador profissional”, promete o juiz-forano.