Irmãs fazem vaquinha para viabilizar ida para o Mundial de Jiu-Jítsu
Maria Eduarda e Ingridy Victoria, de 12 e 13 anos, colecionam inúmeros títulos na região e agora buscam representar Minas Gerais em Abu Dhabi
As irmãs Maria Eduarda e Ingridy Victoria, de 12 e 13 anos, representantes do projeto social Movimento do Bem, em Lima Duarte, município distante cerca de 62 quilômetros de Juiz de Fora, estão realizando uma vaquinha on-line para custear ida para o Campeonato Mundial de Jiu-Jítsu. A competição acontecerá em novembro, na cidade de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. Pelo destaque em torneios regionais e nacionais no último ano, as lutadoras foram convidadas por Antônio Inácio, fundador do projeto, que hoje mora em Dubai, para disputarem o maior campeonato do planeta. Até a edição desta matéria, a vaquinha arrecadou R$1.345. A meta é levantar R$ 16 mil para viabilizar esse sonho.
Para Maria Eduarda, conhecida como “Dudinha”, a expectativa de conseguirem participar da disputa é alta. Caso a possibilidade se concretize, a jovem lutadora afirma que dará o melhor de si. “Vou estar representando bem minha cidade, meu país e minha equipe. Quero muito ser professora de jiu-jítsu um dia, para inspirar crianças”, conta. Já Ingridy destaca a importância dessa participação para elas dentro do esporte. “A competição significa um grande passo para conseguirmos realizar o sonho de transformar o esporte em nossa profissão. Acho que participando dela, vou incentivar meus colegas a não desistirem do sonho”.
Pouca idade, muitas conquistas
As irmãs começaram suas jornadas nas lutas por incentivo da tia Maria Elisa, quando ainda tinham 3 e 4 anos. “Iniciamos em um projeto de capoeira do mestre Pinheiro aqui em Lima Duarte. Depois fizemos muay thai e judô, até chegar ao jiu-jítsu. Eu iniciei no esporte que somos apaixonadas com o professor Neidimar Leite no batalhão da polícia, e a Dudinha com ele e o Vanderson Kanote no projeto da quadra municipal”, relata Ingridy.
Durante as ainda curtas – mas vitoriosas – carreiras, Dudinha e Ingridy conquistaram medalha de ouro nas Copas Astato, Gelo Polar, Lima Duarte e São Lourenço. A mais velha ainda conseguiu o bronze no Campeonato Brasileiro. “O jiu-jítsu, além de medalhas, nos ajudou muito na disciplina, desenvolvimento escolar e o mais importante, na convivência social”, analisa Dudinha.
No momento, enquanto anseiam e se preparam para a competição, as garotas realizam atividades direcionadas ao esporte todos os dias da semana. “Treinamos segunda, quarta, sexta, sábado e domingo pelo projeto social e terça e quinta na academia CT Vitalidade, onde ganhamos uma bolsa, o que nos apoia e incentiva na prática do jiu-jítsu. Até mesmo nosso pai e nossos irmãos mais novos também praticam o esporte. Esperamos representar bem eles no Mundial”, pretende Ingridy.