Motos representam 45% dos novos emplacamentos em JF
Maior procura pode ser justificada por ser um meio de transporte mais econômico, por conta das altas no valor dos combustíveis, e mais rápido, de olho no tráfego intenso das cidades
Juiz de Fora foi a segunda cidade mineira com maior aumento no número de emplacamentos de motos em um ano, atrás apenas da capital. Em novembro do ano passado, 47.431 motos e motonetas estavam em circulação na cidade, um acréscimo de 2.178 unidades ou 4,81% na comparação com novembro de 2021. As motos correspondem a 45,42% dos novos emplacamentos na cidade, que somaram 4.795, considerando todos os tipos de veículos. Os dados são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e têm por base a comparação com igual mês de 2021.
Ainda conforme a Senatran, em relação aos automóveis, o total em Juiz de Fora chegou a 293.657 em novembro do ano passado, crescimento de 0,52% ou 982 em relação a igual período de 2021. Em relação às novas placas que chegaram às ruas no final do ano passado, os carros equivalem a 20,48% do total.
Já em Belo Horizonte, houve acréscimo de 15.014 motos nas ruas em um ano, 5,50% a mais na comparação com novembro de 2021. As motos representam 6,74% do total de emplacamentos na capital, realizados no final do ano passado, que totalizou 222.818 veículos a mais. Considerando os carros, 135.094 automóveis foram emplacados no intervalo de um ano, aumento de 8,57%, representando 60% do total de novas placas na capital. Entre novembro de 2021 e novembro de 2022, a capital do estado passou de 2.352.772 para 2.575.590 veículos em circulação, um aumento de 0,97%.
Mais econômico e mais ágil
A elevada participação das motos entre os novos emplacamentos possui vários motivos, como a preferência por um meio de transporte mais econômico, por conta das altas sucessivas no valor do combustível, e mais rápido, de olho no tráfego intenso das cidades. Além disso, pode-se destacar que o preço dos carros novos (0 KM) e usados também aumentaram, fugindo do orçamento de muitas famílias.
O vendedor de concessionária Carlos Eduardo Ângelo destaca que o custo-benefício da moto atrai muitos clientes, por ser também um veículo mais prático. O vendedor identifica que, depois da redução da oferta de motos e peças durante a pandemia, hoje é possível contar com maior oferta e preços menos inflacionados, além de promoções que visam a atrair clientes. Por fim, Carlos Eduardo avalia que, apesar da melhora nas vendas de 2021 para 2022, as vendas ainda são menores ante o cenário pré-pandemia, cerca de metade do verificado em 2020, por exemplo.
Oferta de crédito e auxílio emergencial
Conforme a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o número de emplacamentos no Brasil em 2022 foi 4,9% maior em comparação a 2021. O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, considerou um ótimo resultado, mesmo com a crise do abastecimento, a guerra na Europa e o aumento de peças. Em Juiz de Fora, a alta foi de 1,66%.
Ainda considerando o cenário nacional, em 2021 houve aumento de 10,57% no número de emplacamentos em comparação com 2020, isso por conta dos impactos no mercado no primeiro ano pandêmico. Já em 2021, a manutenção da taxa de juros em um patamar mais baixo, a liberação do auxílio emergencial e a melhora da oferta de crédito favoreceram a tomada de decisão para a aquisição de veículos, avalia Alarico.